Dino chama Bolsonaro de insano: “Em uma semana, nosso governo teve mais resultados que o dele em 200 dias”

“Ele disse para não ‘dar nada para esse cara’, como se eu pedisse alguma coisa para mim. Nunca pedi e nunca pedirei”, disse o governador do Maranhão

Flávio Dino, governador do Maranhão (Foto: Agência SECAP)
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Em resposta aos ataques de Jair Bolsonaro do povo nordestino e, especificamente, a ele próprio, Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, declarou que o presidente é “insano” e lidera uma “minoria sectária” que pretende “criar confusão e dividir o país”. Em entrevista a Bernardo Mello Franco, em O Globo, Dino avaliou que Bolsonaro dá declarações “extremistas” para esconder seu “mau governo”. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. Veja alguns trechos da entrevista: Em relação aos ataques de Bolsonaro aos nordestinos, Dino disse: “Foi a prova que tem um insano no comando do país. Há um método instalado no poder central. É um método de discriminação, de perseguição e de preconceito. O presidente externou uma visão de preconceito, de ódio. E reiterou essa visão em outro vídeo, dizendo que todo nordestino é ‘pau de arara’ e ‘cabeça chata’. Isso nada mais é que a repetição de tratamentos pejorativos para menosprezar uma região que concentra um terço da população brasileira”. Sobre o fato de ser também agredido por Bolsonaro, ele afirmou: “Não me abalei. Não é a opinião do presidente que baliza as minhas ações. Fui eleito duas vezes em primeiro turno, em 2014 e 2018. Isso confirma que temos apoio da maioria da sociedade no nosso estado. Em uma semana, nosso governo teve mais resultados que o dele em 200 dias”. Dino também falou sobre a “a visão extremista e sectária que ele (Bolsonaro) tem praticado. Um traço do discurso fascista é a identificação de inimigos para justificar suas próprias carências. As pesquisas mostram que o governo não consegue cuidar do que é fundamental, como o desemprego e a recessão. Para esconder este fato, o presidente pratica a política da agressão, da busca de inimigos. É para tentar esconder o mau governo que ele faz”. O governador do Maranhão destacou que espera que não haja retaliações contra seu estado: “Espero que não. Não quero nenhum tipo de privilégio, só o que está garantido na Constituição e nas leis. Se essa retaliação se confirmar, vou usar todos os meios para proteger os interesses de sete milhões de pessoas”. “Ele disse para não ‘dar nada para esse cara’, como se eu pedisse alguma coisa para mim. Nunca pedi e nunca pedirei. O que ele quis dizer foi para não dar nada à população do estado, e isso viola os artigos 19 e 37 da Constituição”. “Até achei engraçado o termo. Agora vou cantarolar aquela música do Roberto Carlos, ‘Esse cara sou eu’. O presidente me promoveu, criou um jingle para mim”. “O presidente cria tanta confusão que às vezes é até melhor ficar só assistindo. Ele fica se enrolando nas suas próprias contradições e incapacidades”. "Claro que vivemos um momento difícil com a arbitrária prisão do ex-presidente Lula e com o impeachment da ex-presidente Dilma. O desfecho do processo eleitoral também deixou um clima difícil, com muitas sequelas. Agora estamos recompondo a unidade e o diálogo, que são tão importantes”. “Por outro lado, não é verdade que a oposição esteja tão ineficaz assim. Na reforma da Previdência, ela foi decisiva para evitar uma tragédia ainda maior. Se você comparar a proposta enviada pelo governo e a que foi aprovada na Câmara, houve uma redução de danos expressiva. Conseguimos evitar prejuízos ainda maiores para a população mais pobre”.