Documento mostra que PF fez "diligências e pesquisas" contra Apib e Sonia Guajajara antes de intimação

Após abertura de inquérito, corporação concluiu ausência de "antecedentes criminais ou atividades delituosas" por parte da líder indígena, que acusa o governo de perseguição

Foto: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

O inquérito policial aberto a pedido do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, contra a líder indígena Sonia Guajajara, militante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mostra que a Polícia Federal fez "diligências e pesquisas" contra Sonia antes de intimá-la nesta sexta-feira (30).

O inquérito acusa a Apib e Guajajara de difamar o governo Bolsonaro com a websérie "Agora é a vez do maracá". Lançada em 2020, a série denuncia as violações de direitos sofrida pelos povos originários no contexto da pandemia. Em ofício, Xavier pediu que a PF fizesse um "monitoramento" da série, alegando "possível cometimento de calúnia e difusão de fake news e estelionato".

No dia 13 de abril, um agente da PF anexou ao inquérito um relatório que traz o endereço da sede da Apib, em Brasília, assim como resultado da pesquisa contra Sonia. Nada foi encontrado.

"Em pesquisas realizadas nos sistemas disponíveis ao DPF [Departamento de Polícia Federal] e na internet, não se verifica existência de registros de antecedentes criminais ou envolvimento com atividades delituosas de Sonia Bone de Souza Silva Santos", diz o documento.

Nas redes, a militante Sonia Guajajara afirmou que a intimação é uma perseguição do governo federal. “A perseguição desse governo é inaceitável e absurda! Eles não nos calarão”, disse Guajajara.

Para assistir a série, clique aqui.