“Ela foi imbatível”, recorda mãe de policial assassinado que recebeu ajuda de Marielle Franco

Em 2012, Rose Oliveira procurou a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, da qual a socióloga foi assessora: “Ela fez por muita gente, para família de policiais”

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[caption id="attachment_127592" align="alignnone" width="448"] Rose, sobre Marielle: "Não posso falar hoje que essa pessoa não me ajudou. Quem é que vai até Duque de Caxias, uma outra cidade, de trem só para ajudar?" - Foto: Renan Olaz/Câmara do Rio[/caption] O policial civil Eduardo Oliveira morreu em abril de 2012. Sua mãe, Rose Oliveira correu atrás de justiça: “Nem vivi o luto”, lembra. Ela foi aconselhada a procurar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia do Rio (Alerj) e se surpreendeu. “Falei: ‘Direitos Humanos? Não fazem nada por policiais’”. De acordo com Gabriel Barreira, do G1, mesmo desconfiada, Rose conheceu Marielle Franco, então assessora do comitê na Alerj: “Entrei no gabinete e tive outra impressão”. Seis anos depois, ao recordar da mulher que se tornou sua amiga e que acabou assassinada, ressalta com gratidão: “A Marielle foi imbatível, foi muito importante no caso do meu filho”. Rose diz que tentou de tudo: “Até a Dilma Rousseff eu encontrei”. Na busca por esclarecer o crime, o convívio dela com Marielle ficou constante. A vereadora do PSOL era lotada no gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo, com quem trabalhou por dez anos prestando auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios ou policiais vitimados. Partiu dela o apoio fundamental, de acordo com a mãe da vítima.

“Ela resolveu o meu caso. Resolver não, porque quem resolve é a Justiça. Mas me ajudou. Registrou todo o caso, pegou o número do inquérito que virou processo. Ajudou com um abraço, uma palavra amiga, o acolhimento, a preocupação com a família”, relembra.

“Só para você ter uma ideia, a Marielle não tinha carro nessa época. Nem era vereadora. Chegou de trem. Não posso falar hoje que essa pessoa não me ajudou. Quem é que vai até Duque de Caxias, uma outra cidade, de trem só para ajudar? Só a Marielle”. E rebate quem a critica, dizendo que ela não se importava com a morte de policiais “Tenho pena por escreverem esse absurdo. Deveriam orar mais para que não aconteçam com elas. É triste ver o que a pessoa fez por outras e não ter reconhecimento. Ela fez por muita gente, para família de policiais. Porque eu sou de família de policial”.