"Eleitores de Bolsonaro talvez tenham eleito o chefe da milícia", diz diretor de 'Tropa de Elite'

José Padilha afirmou, em meio às polêmicas que envolvem Flávio Bolsonaro e milicianos do Rio de Janeiro, que os eleitores acharam que elegeriam o "capitão Nascimento", mas acabaram votando no "Rocha", chefe da milícia em "Tropa de Elite"

"Major Rocha", o policial miliciano em 'Tropa de Elite 2'Créditos: Divulgação
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O cineasta José Padilha, diretor de Tropa de Elite 1 e 2, sugeriu nesta quinta-feira (24) que os apoiadores de Jair Bolsonaro e principalmente os eleitores de seu filho, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), possam ter votado no "chefe da milícia". Nos últimos dias, a lembrança do filme Tropa de Elite veio à tona diante da operação do Ministério Público que prendeu policiais milicianos do Rio de Janeiro sob suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. O assunto ganhou destaque pelas possíveis ligações de Flávio Bolsonaro com a milícia. O senador eleito empregou familiares de um dos policiais milicianos alvos da operação em seu gabinete e chegou a homenageá-los na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Tropa de Elite, por sua vez, trata justamente da presença da milícia na polícia do Rio e de seu envolvimento com o poder público. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Padilha disparou. "Os eleitores de Bolsonaro que acharam que estavam votando no capitão Nascimento talvez tenham votado no Rocha, o chefe da milícia". Sobre as relações de Flávio Bolsonaro com o ex-capitão do Bope, Adriano Nóbrega, que está foragido, o diretor disse achar "estranho" o fato de mãe e da esposa do policial terem sido empregadas no gabinete do senador eleito. “Ele [Adriano] é considerado por muitos policiais que conheço no Bope como um policial matador e supostamente envolvido na morte de bicheiros, presidentes de escolas de samba e milicianos inimigos”, revelou.