Em delação premiada, ex-presidente da OAS diz que pagou propina a irmão de Toffoli

Ex-prefeito de Marília, José Ticiano Dias Toffoli, irmão do atual presidente do STF, é citado por Léo Pinheiro em delação à Procuradoria-Geral da República

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[caption id="attachment_166001" align="alignnone" width="680"] José Ticiano Dias Toffoli - Foto: Foto: Câmara Municipal de Marília/Divulgação[/caption] Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, disse, em delação premiada, que pagou propina, além de ter efetuado repasses por intermédio de caixa 2, à campanha de José Ticiano Dias Toffoli, ex-prefeito de Marília (SP) e irmão de Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com informações de Wálter Nunes, da Folha de S.Paulo. Além disso, Pinheiro também teria relatado o pagamento de propina para Vinicius Camarinha (PSB), sucessor de Ticiano na prefeitura e hoje deputado estadual pelo PSB. O acordo de delação de Léo Pinheiro junto à Procuradoria-Geral da República foi assinado em janeiro deste ano e ainda precisa ser homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF. O empreiteiro declarou que em 2011 conheceu Ticiano Toffoli durante um jantar, em Brasília, junto com o então presidente do Departamento de Água e Esgoto de Marília (DAEM), Antonio Carlos Guilherme de Souza Vieira, conhecido como Sojinha. Após esse dia, de acordo com ele, os dois lhe contaram sobre uma obra parada no setor de saneamento e que eles queriam que fosse assumida pela empreiteira baiana. Pinheiro acrescentou que foi procurado por Sojinha, que relatou a existência de um recurso em Marília devido à rescisão de um contrato com a construtora Passarelli. “Antonio Carlos Soja relatou que estava com receio de perder o recurso, caso não fosse utilizado para prosseguimento da obra do esgotamento sanitário. Em face disso, respondi que a OAS iria realizar um estudo para analisar a viabilidade econômica da retomada da mencionada obra e que, em seguida, a empresa lhe daria um posicionamento”, disse o empreiteiro. Pedido de propina Depois de concluir que o projeto era viável, conforme Léo Pinheiro, um representante da empreiteira reuniu-se com Sojinha e Ticiano Toffoli para informá-los do interesse em assumir a obra. Foi quando houve o pedido de propina, segundo ele. “Foi solicitada vantagem indevida no valor de R$ 1 milhão com a finalidade de comprar a renúncia do então prefeito do município de Marília, Mário Bulgareli (PDT)”, disse Léo Pinheiro.

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