Depois da revelação de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pediu reembolso ao Senado para pagar as passagens aéreas de sua viagem ao arquipélago de Fernando de Noronha - o que ele disse ter sido um equívoco -, veio a tona um novo episódio que envolve as viagens do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informações do colunista Rubens Valente, do portal Uol, Flávio fez duas viagens ao exterior desde que assumiu mandato no Senado Federal, para os Estados Unidos e para Israel, com um roteiro para lá de turístico.
O parlamentar foi ao país governado por Donald Trump em janeiro de 2020. Lá ele fez o seguinte "tour", à convite de Gilson Machado, presidente da Embratur: visitou o ateliê de Romero Britto, se reuniu com executivos de uma empresa de navios turísticos e hotéis-cassinos e ainda fez "visitas técnicas" a hotel-cassino, arena de música e estádio de futebol. Na ocasião, ele gravou vídeos pedindo a legalização dos cassinos no Brasil.
O custo total da viagem para os cofres do Senado foi de R$ 31,4 mil em diárias para Flávio (R$ 12,5 mil), para o senador Irajá Abreu (PSD-TO) (R$ 14,4 mil) - filho da também senadora Kátia Abreu (PP-TO) - e para um segurança da Casa (R$ 4,5 mil). Os gastos e o itinerário aparecem em relatório produzido pelo senador do PSD. A viagem teve ainda a participação do deputado federal Hélio Lopes (PSL-SP).
A viagem foi considerada como serviço e foi aprovada pelo Congresso.
Na viagem para Israel, realizada em outubro de 2019, o custo foi de R$ 8,6 mil. Na ocasião ele participou do amistoso de futebol "Shalom Game", que contou com a participação de Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, e visitou um centro de segurança. O senador não produziu relatório da viagem.
Somando as duas viagens, os gastos ultrapassam R$ 21 mil.