O advogado Admar Gonzaga, que hoje tem como cliente o presidente Jair Bolsonaro, integrava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2018. Esta semana, Bolsonaro disse que houve fraude nas apurações e que, se não fosse por isso, teria vencido em primeiro turno.
Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, Admar disse que o presidente “não falaria isso levianamente”. “Eu o conheço há muitos anos. Ele deve ter alguma prova", acrescentou.
O advogado afirma, contudo, que Bolsonaro nunca comentou sobre as supostas provas. “Será uma surpresa para todos nós, que estávamos no TSE naquela época". Ele diz ainda que confia em todos os ministros do tribunal e no sistema da votação.
Os demais ministros do TSE desconfiam da declaração do presidente e dizem que o ex-capitão deve entregar no máximo algumas estatísticas para tentar deslegitimar as eleições.
Rosa Weber, por exemplo, disse que o sistema é auditado, o que permite a apuração de eventuais denúncias e suspeitas, "sem que jamais tenha sido comprovado um caso de fraude, ao longo de mais de 20 anos de sua utilização".