Ex-ministros da Ciência divulgam manifesto contra retrocessos do governo Bolsonaro

“Agravam-se os cortes orçamentários drásticos que poderão levar a um retrocesso sem paralelo na história da ciência brasileira”, diz o documento

Aloizio Mercadante - Foto: Valter Campanato/Arquivo Agência Brasil
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Um grupo formado por ex-ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação nos últimos 30 anos, lançou, nesta segunda-feira (1), um manifesto contra as posições adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro para o setor. “Vivemos hoje a maior das provações da nossa história” é a frase que motivou a criação do documento. Intitulado “A ciência brasileira em estado de alerta”, a reunião foi realizada nas dependências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. “Agravam-se os cortes orçamentários drásticos que poderão levar a um retrocesso sem paralelo na história da ciência brasileira, área essencial e crítica, tanto ao desenvolvimento econômico e social quanto à soberania nacional”, diz o manifesto. Esta foi a quarta oportunidade que ex-ministros de gestões anteriores se reúnem para protestar contra as políticas desenvolvidas pelo governo Bolsonaro. Antes se encontraram ex-ministros do Meio Ambiente, da Educação e da Justiça. Nesta terça-feira (2) haverá reunião com ex-titulares da pasta de Cultura. Em seguida, será Saúde. Entre os que assinam o manifesto estão os ex-ministros de Dilma Rousseff: Aloízio Mercadante (2011), Marco Antonio Raupp (2012 a 2014), Clélio Campolina (2014) e Celso Pansera (2015 e 2016), além de Roberto Amaral, do governo Lula (2003). José Goldemberg (Collor, 1990 a 1992), Sérgio Machado Rezende (Lula, 2003), Aldo Rebelo, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Ronaldo Sardenberg, que também assinaram o documento, não participaram do evento. Contingenciamento e bolsas De acordo com informações divulgadas na reunião, as universidades federais, responsáveis por 95% da produção científica brasileira, tiveram, somente em 2019, 42% do seu orçamento anual contingenciado e 6.198 bolsas bloqueadas no mestrado, doutorado e pós-doutorado. “Não se pode permitir a criação de condições que estimulem a evasão de nossos melhores cérebros nem a ausência de representantes da comunidade científica em comitês e conselhos governamentais”, diz outro trecho do manifesto. Com informações da Folha de S.Paulo