Ex-vereador ligado à milícia e indiciado por CPI na qual Marielle Franco atuou visitou a Câmara do Rio

Cristiano Girão Matias passou quase um ano preso, condenado por formação de quadrilha; em 2008, Marielle era assessora de Marcelo Freixo e trabalhou ativamente na CPI das Milícias

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[caption id="attachment_127522" align="alignnone" width="300"] A CPI das Milícias, que teve um intenso trabalho de Marielle, indiciou 226 pessoa, entre elas Cristiano Girão - Foto: Reprodução/TV Globo[/caption] O ex-vereador Cristiano Girão Matias frequentou a Câmara Municipal do Rio de Janeiro entre janeiro e dezembro de 2009. Isso, até ele ser preso, acusado de comandar uma milícia em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. Em outubro de 2010, depois de quase um ano na cadeia, teve seu mandato finalmente cassado pela mesa diretora, mas não pelos crimes dos quais é acusado, mas por excesso de faltas. Após esse fato, não se teve mais informações de que ele voltasse às dependências do Legislativo do Rio. No entanto, de acordo com reportagem de Sérgio Ramalho e Rubem Berta, do The Intercept Brasil, Girão esteve na sede da Câmara, no último dia 7 de março, entrando no local precisamente às 12h09, segundo registro dos computadores. A visita de Girão à Câmara é significativa diante do assassinato de Marielle Franco. Em 2008, a combativa vereadora, morta brutalmente nesta quarta-feira (14), trabalhou ativamente na CPI das Milícias, como assessora do deputado Marcelo Freixo. A Comissão indiciou 226 pessoas - entre elas Cristiano Girão. Freixo ainda se desloca com seguranças por causa daquele período. Enquanto a Casa perdia uma guerreira contra os paramilitares, o miliciano ressurgia das cinzas e voltava a circular nos corredores e gabinetes. Na mesma noite do assassinato de Marielle, outra pessoa ligada a Girão foi morta. A ex-mulher do miliciano – a funkeira Samantha Miranda – e seu marido, Marcelo Diotti da Mata, foram alvejados por tiros de fuzil no estacionamento de um restaurante na Barra da Tijuca. Este foi o segundo atentado sofrido pelo casal. Na primeira vez, Samantha acusou o ex-vereador de ter contratado um homem para matá-los.