Filho de Bolsonaro vai ao Chile e elogia o ditador Augusto Pinochet

Eduardo Bolsonaro afirma que o ex-presidente chileno, que foi condenado por crimes contra a humanidade e corrupção, evitou o surgimento de uma “nova Cuba”

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[caption id="attachment_146354" align="alignnone" width="700"] Foto: Wikimedia Commons[/caption] Eduardo Bolsonaro esteve em visita ao Chile e, novamente, protagonizou um vexame internacional: elogiou o ditador Augusto Pinochet, que foi condenado por crimes contra a humanidade e por atos de corrupção que provocaram, inclusive, a prisão da sua viúva e dos cinco filhos do casal, em 2007, de acordo com informações de Rogério Tomaz Jr., do PT na Câmara. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara, foi veemente em sua crítica à apologia ao genocida chileno. “Isso é uma vergonha para o Brasil perante o mundo democrático. Nem no Chile as pessoas têm coragem de defender publicamente o Pinochet. Mesmo os saudosistas da ditadura têm o mínimo de bom senso e por isso têm vergonha de elogiar um genocida, mas parece que isso não é problema para a turma do Queiroz. Aliás, será que o Queiroz não está por lá também, já que ninguém o encontra aqui no Brasil?”, questionou Pimenta. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Eduardo Bolsonaro elogiou, ainda, a economia do Chile e o sistema de previdência do país. Segundo ele, em entrevista ao jornal La Tercera, o Chile hoje vê “os frutos de sua reforma nas aposentadorias, na economia” e que isso tem “muito a ver com o que aconteceu nos anos 80”. O filho do presidente militar declarou “agora também temos o nosso Chicago Boy, que é Paulo Guedes”, e que, trinta anos depois, o Brasil “vai tentar fazer o que o Chile fez nos 80”. Para o deputado Enio Verri (PT-PR), o desconhecimento da história chilena fez Eduardo Bolsonaro cometer graves equívocos. “O Chile é um dos países com uma das mais altas taxas de suicídio entre idosos no mundo e isso é resultado direto do sistema de previdência criado por Pinochet, que hoje faz com a média das aposentadorias seja equivalente a 694 reais. É por isso que nem o atual presidente Sebastián Piñera defende esse modelo, que está prestes a ser reformado”, explica Verri, que é professor licenciado de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). "Curso de fake news" De acordo com o senador Alejandro Navarro, do partido País Progressista, Eduardo foi ao Chile para “dar curso de fake news”. Navarro é autor de um projeto que pune com prisão e perda de mandato os políticos que difundirem mentiras nas campanhas eleitorais. A proposta já é conhecida no país como “Lei Bolsonaro”. Pelo Twitter, Pimenta reforçou a crítica de Navarro. “O clã em silêncio fúnebre sobre o motorista sumido. Mas um dos filhos foi ao Chile dar curso de fake news – ou seja, ensinar como fraudaram a eleição com esquema de caixa 2 e conexões internacionais”, escreveu o líder do PT. Agora que você chegou ao final deste texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais