Governo francês fecha as portas para chanceler de Jair Bolsonaro

Itamaraty chegou a solicitar encontro do Ministro de Relações Exteriores, Carlos França, mas não recebeu resposta do governo de Macron, que quer evitar exposição com Bolsonaro no período pré-eleitoral

Carlos França e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)Créditos: Presidência da República
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O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, chegou em Paris nesta semana, mas não deve ser recebido pelo chanceler francês Jean-Yves Le Drian. O Itamaraty chegou a solicitar um encontro com o ministro do governo de Emmanuel Macron, mas não recebeu uma resposta positiva.

Nesta terça-feira (5), a França participou de reunião Ministerial Informal da Organização Mundial do Comércio (OMC) com autoridades da Austrália, Estados Unidos, Europa, entre outras.

De acordo com informações da coluna de Jamil Chade, no UOL, o governo francês quer evitar qualquer envolvimento com o brasileiro, principalmente no período pré-eleições no país europeu.

A relação entre os dois governos é polêmica, principalmente devido às duras críticas feitas por Macron à política ambiental bolsonarista, complacente com a devastação da Amazônia, floresta que é considerada o pulmão do mundo.

Outro episódio constrangedor aconteceu quando o presidente Jair Bolsonaro, descontente com a decisão do chanceler Le Drian de reunir-se com representantes de ONGs críticas ao governo dele, cancelou no último minuto um encontro que iria ocorrer entre os dois e fez, em seguida, uma live cortando o cabelo no mesmo horário em que estava programada a reunião.

Na época, o francês ironizou a "emergência capilar" de Bolsonaro. "Todo mundo conhece as restrições próprias das agendas dos chefes de Estado. Ao que parece, houve uma emergência capilar. Essa é uma preocupação que é estranha para mim", declarou Le Drian, em uma referência a sua calvície, em entrevista ao Journal du Dimanche.