Cedendo cada dia mais espaço ao centrão após alçar Ciro Nogueira (PP) à Casa Civil e se filiar ao PL, Jair Bolsonaro (PL) tirou do General Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o comando do Programa de Integridade, que tinha como objetivo criar um “conjunto de medidas e ações institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e remediação de fraudes e atos de corrupção”.
A revogação do programa foi assinada pelo próprio Heleno em medida publicada nesta segunda-feira (6) do Diário Oficial da União.
O fim do programa atende à orientação do Comitê Integrado de Governança da Presidência da República (Cigov/PR), que recomendou que o programa fosse cancelado.
A justificativa foi que o programa foi recriado em setembro deste ano sob a alçada do próprio comitê, que passará a ser a instância decisória no âmbito do programa.
No entanto, o comitê é centralizado na própria Presidência.
Com a mudança, a coordenação do programa fica sob responsabilidade da diretoria de governança da Secretaria-Executiva da Secretaria-Geral, sendo composto também pelo chefe do gabinete pessoal do presidente da República e o assessor-chefe da Assessoria Especial do presidente da República.
"Se gritar pega centrão…"
Um dos principais críticos do centrão, Heleno chegou a parafrasear uma música de Bezerra da Silva durante a campanha de 2018 para definir o grupo fisiológico onde Bolsonaro tem origem e pra onde voltou ao se filiar ao PL. "Se gritar pega centrão…", cantarolou o militar, um dos principais conselheiros de Bolsonaro.
No último dia 30, Heleno não escondeu o constrangimento após ser intimado por Bolsonaro para comparecer ao ato de filiação ao PL, ficando no meio dos parlamentares que criticava.