Intervenção: Meirelles admite que ação no Rio deve tirar recursos de outras áreas

Ministro da Fazenda afirmou que mais verbas para a intervenção serão necessariamente retiradas de outros setores para a União cumprir a regra do teto de gastos

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[caption id="attachment_125865" align="aligncenter" width="748"] Segundo Meirelles, novo empréstimo bancário para o Rio será discutido nesta semana, mas tendo como garantia a cessão dos royalties de petróleo - Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil[/caption] O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu nesta segunda-feira (19) que se houver necessidade de investir mais recursos financeiros federais para assegurar a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, segundo avaliação da equipe econômica, eles serão necessariamente retirados de outras áreas para a União seguir cumprindo a regra do teto de gastos. “O teto é uma limitação constitucional que será obedecida e as despesas de 2018 já estão no teto”, revelou a jornalistas, depois de reunião no Palácio do Alvorada sobre a intervenção no governo fluminense. “Por isso, temos que olhar com muito rigor o que já estava previsto no Orçamento para as Forças Armadas, visando ver até que ponto isso é suficiente”, acrescentou. Além da Fazenda, o ministério do Planejamento e da Defesa estão em discussões para avaliar essa necessidade, disse Meirelles. “Não definimos ainda se será necessário. Estamos avaliando com calma”, destacou. O ministro admitiu que a questão fiscal no Rio de Janeiro já vem sendo endereçada há tempos por meio de plano de recuperação, pelo qual o estado recebeu recentemente empréstimo bancário de 2,9 bilhões de reais, garantido por ações da Companhia de Água e Esgoto do Estado (Cedae). Segundo Meirelles, novo empréstimo bancário para o Rio será discutido nesta semana, também dentro do plano de recuperação fiscal, mas tendo como garantia a cessão dos royalties de petróleo. Questionado sobre o valor em questão, o ministro afirmou que isso ainda está sendo avaliado. Manobra Questionado por jornalistas, Meirelles negou que o governo tenha desistido da reforma da Previdência Social, que, segundo ele, continua sendo uma das prioridades da área econômica. O ministro desmentiu a informação de que o governo esteja trabalhando em algum “plano B”, caso a reforma não seja aprovada neste ano.

“A princípio, estamos trabalhando com a reforma da Previdência como prioridade número um. Evidentemente que, se as lideranças do Congresso concluírem que a reforma da Previdência tem votos suficientes para ser aprovada, a ideia, já anunciada pelo presidente da República, é tomar uma medida que viabilize a votação da Previdência, atendidos todos os requisitos da Constituição”, afirmou ele.

Meirelles também afirmou que, caso haja votos suficientes para votar as alterações nas regras previdenciárias, o governo interromperá a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, da forma como foi anunciada, e buscará “um tipo de intervenção mais limitada, mas que preserve a estrutura já colocada pelo comandante do Exército”. Depois de votada a reforma, disse ele, a intervenção seria retomada.

Com informações da Reuters, G1 e Brasil 247