Ivan Valente celebra 'superperdido' de impeachment de Bolsonaro: "amplo e sólido"

PSOL, partido do deputado, é um dos signatários de uma peça coletiva de impeachment que uniu parlamentares de diferentes partidos, inclusive ex-bolsonaristas, a ser apresentada no dia 30

Ivan Valente na manifestação contra Bolsonaro em São Paulo (Reprodução/Instagram)
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O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), em declaração à Fórum, celebrou a consolidação do 'superpedido' de impeachment contra Jair Bolsonaro que será protocolado no próximo dia 30 na Câmara dos Deputados.

Segundo o parlamentar, trata-se de um pedido "amplo, sólido, com apoio multiplicado de partidos de oposição, entidades da sociedade civil e parlamentares descontentes". O PSOL, legenda de Valente, é um dos signatários.

O documento a ser entregue à Câmara é suprapartidário e vem sendo construído desde abril. A ideia é que a peça, ainda em elaboração, reúna mais de 20 crimes de responsabilidade, principalmente relacionados à forma de Bolsonaro lidar com a pandemia do coronavírus, que já tinham sido citados nos mais de 100 pedidos de afastamento do atual presidente já protocolados na Câmara.

"O povo chegou ao limite com o genocida Bolsonaro. Basta de fome, destruição, corrupção e retirada de direitos", pontuou Ivan Valente, que ainda celebrou as manifestações de rua que vêm sendo realizadas contra Bolsonaro e criticou a "conivência e covardia" do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que até o momento não analisou nenhum dos pedidos de impeachment já apresentados à Casa.

Da direita à esquerda

Após reunião virtual realizada nesta quinta-feira (24), lideranças políticas de esquerda, centro e direita, além de movimentos sociais, entidades e estudantes, marcaram para o próximo dia 30 o protocolo do “superpedido” de impeachment de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. A apresentação do documento deve ainda ser acompanhada de ato político.

No primeiro encontro de políticos para discutir o ‘superpedido’ de impeachment, estiveram presentes, além de deputados de esquerda, ex-bolsonaristas e parlamentares de direita, como Joice Hasselmann (PSL-SP), Alexandre Frota (PSDB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP). Todos concordam com a unificação dos mais de 100 pedidos de impeachment para pressionar a Câmara a iniciar o procedimento de afastamento de Bolsonaro.

“Este será o pedido de impeachment das ruas, que será apresentado no calor e com apoio das grandes mobilizações de 29 de Maio e 19 de Junho”, afirmou à Fórum o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) – uma das signatárias da peça -, Raimundo Bonfim.

As lideranças partidárias e entidades que encabeçam o pedido esperam que sua apresentação dê força às manifestações contra Bolsonaro marcadas para o dia 29 de junho. Essa pressão pela saída do presidente vem ainda na esteira do avanço das investigações da CPI do Genocídio, da revelação de um provável caso de corrupção no governo envolvendo a vacina indiana Covaxin e também a disparada na desaprovação do titular do Planalto, que foi apontada nesta quinta-feira em pesquisa do Ipec.

Além das lideranças políticas e CMP, compõem o grupo do “superpedido” de impreachment a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Movimento Brasil Livre (MBL), Federação Nacional de Estudantes de Direito (Fened), Coalização Negra por Direitos, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), Coletivo de Favelas, União Nacional dos Estudantes (UNE), Coletivo de Advogados e Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras.