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A convidada desta terça-feira (11) na série de entrevistas da Fórum com pré-candidatos do PT à prefeitura de São Paulo foi a liderança do movimento de combate ao racismo Valkiria de Souza Silva, a Kika.
Na entrevista, Kika, que além de liderança do movimento negro é autoridade no candomblé, explicou sobre os motivos que a levaram a colocar seu nome à disposição do partido para a disputa municipal e estabeleceu as relações entre o movimento negro e o PT.
"O movimento negro organizado se dá muito antes da formação do Partido dos Trabalhadores", disse, explicando como os ativistas negros passaram a fazer parte do partido e também tratando sobre a conexão do movimento de combate ao racismo com o movimento feminista.
Neste sentido, a pré-candidata comentou sobre a situação atual das mães e mulheres nas periferias de São Paulo e falou sobre o peso de ser mulher e negra. "Até bem pouco tempo, uns 30 anos, ser mãe solteira era até difícil de falar".
Para Kika, "a conjuntura não é favorável a nenhuma juventude". Ela afirma, porém, que é nesse contexto que surgem inúmeras organizações de resistência. Como exemplo, a pré-candidata citou a cultura do funk e do rap.
"Os jovens estão tentando se organizar", disse. "O partido tem dialogado [com essa juventude]", garantiu.
Com relação ao antipetismo, Kika defendeu o legado das gestões de seu partido na cidade. "Se você perguntar para qualquer morador aqui, na Cidade Tiradentes, mesmo que ele seja anti-petista, ele vai dizer que as gestões do PT foram as melhores para a região", avaliou.
Sobre o simbolismo de sua pré-candidatura, enquanto mulher negra, Kika afirmou que "sempre que qualquer mulher ou negro se propõe a uma disputa política, é chamado de desqualificado, despreparado".
"Eu não posso ser chamada de despreparada só por não ter sido ministra", declarou.
"O racismo é tão forte na cidade de São Paulo que ela não se humaniza", completou a pré-candidata.
Assista à íntegra da entrevista.
https://youtu.be/zy0kDub0dtg