Kika Silva: "O racismo é tão forte em São Paulo que a cidade não se humaniza"

Liderança do movimento de combate ao racismo, Kika Silva concedeu entrevista à Fórum e falou sobre sua pré-candidatura, pelo PT, à prefeitura de São Paulo

Kika Silva (Reprodução/Facebook)
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A convidada desta terça-feira (11) na série de entrevistas da Fórum com pré-candidatos do PT à prefeitura de São Paulo foi a liderança do movimento de combate ao racismo Valkiria de Souza Silva, a Kika. Na entrevista, Kika, que além de liderança do movimento negro é autoridade no candomblé, explicou sobre os motivos que a levaram a colocar seu nome à disposição do partido para a disputa municipal e estabeleceu as relações entre o movimento negro e o PT. "O movimento negro organizado se dá muito antes da formação do Partido dos Trabalhadores", disse, explicando como os ativistas negros passaram a fazer parte do partido e também tratando sobre a conexão do movimento de combate ao racismo com o movimento feminista. Neste sentido, a pré-candidata comentou sobre a situação atual das mães e mulheres nas periferias de São Paulo e falou sobre o peso de ser mulher e negra. "Até bem pouco tempo, uns 30 anos, ser mãe solteira era até difícil de falar". Para Kika, "a conjuntura não é favorável a nenhuma juventude". Ela afirma, porém, que é nesse contexto que surgem inúmeras organizações de resistência. Como exemplo, a pré-candidata citou a cultura do funk e do rap. "Os jovens estão tentando se organizar", disse. "O partido tem dialogado [com essa juventude]", garantiu. Com relação ao antipetismo, Kika defendeu o legado das gestões de seu partido na cidade. "Se você perguntar para qualquer morador aqui, na Cidade Tiradentes, mesmo que ele seja anti-petista, ele vai dizer que as gestões do PT foram as melhores para a região", avaliou. Sobre o simbolismo de sua pré-candidatura, enquanto mulher negra, Kika afirmou que "sempre que qualquer mulher ou negro se propõe a uma disputa política, é chamado de desqualificado, despreparado". "Eu não posso ser chamada de despreparada só por não ter sido ministra", declarou. "O racismo é tão forte na cidade de São Paulo que ela não se humaniza", completou a pré-candidata. Assista à íntegra da entrevista. https://youtu.be/zy0kDub0dtg