Lula e Haddad criticam "espetáculo" em ação policial contra Márcio França

"Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais", tuitou Lula. Haddad criticou "espetáculo extemporâneo".

Freixo costura alianças entre PSB e PT que envolvem Lula, Haddad e Márcio França (Reprodução)
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Pré-candidatos do PT à Presidência e ao governo de São Paulo, Lula e Fernando Haddad criticaram o espetáculo midiático na ação desencadeada pela Polícia Civil contra o ex-governador Márcio França (PSB) na manhã desta quarta-feira (5). A investigação apura um suposto esquema criminoso de desvio de recursos da área da saúde.

"Nossa constituição é clara sobre a presunção de inocência. Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais. Minha solidariedade para @marciofrancasp", tuitou Lula.

https://twitter.com/lulaoficial/status/1478739745807208451

Haddad foi na mesma linha, criticando o "espetáculo extemporâneo". "Nada contra investigar políticos, muito pelo contrário. O problema é o espetáculo extemporâneo. Não devemos abdicar do princípio da presunção da inocência. Minha solidariedade a @marciofrancasp e família. Reputação é obra de uma vida. Espero que tudo se esclareça o quanto antes", escreveu.

https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/1478737826791542784

Também pela rede, França mirou o atual governador, João Doria (PSDB), ao afirmar que a operação é política e foi desencadeada por determinadas “autoridades”, com “medo de perder as eleições”.

Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política. Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas ‘autoridades’, com ‘medo de perder as eleições’, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa”, escreveu.

De acordo com ele, que também é pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes, “é lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político”.

“Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP. Se depender de mim, não vão conseguir”, ressaltou o ex-governador.

Operação envolve centenas de policiais

A operação desencadeada pela polícia civil envolve centenas de agentes e, além do ex-governador, tem como alvo o médico Cláudio França, irmão do pessebista.

A polícia faz buscas em ao menos 30 locais da capital, litoral e interior em endereços da família França e, também, de ex-funcionários de organizações sociais, empresários e médicos.

A ação apura peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A operação é acompanhada pelo Ministério Público e representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

As investigações indicam, de acordo com os policias, que as organizações sociais (as chamadas OSs) seriam usadas para desvios de recursos mediante contratos superfaturados para gestão de unidades de saúde destinadas ao atendimento da população pobre.

Há a suspeita de que o grupo desviou mais de R$ 500 milhões dos cofres públicos. Até agora, 48 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público e, dessas, 19 foram condenadas pela Justiça.