Lula: “Não podemos julgar as Forças Armadas pelas pessoas que estão no governo”

“Eu tive um governo de recuperação das Forças Armadas brasileiras, dando o mínimo de dignidade para que ela cumprisse o que está na Constituição”, afirmou o ex-presidente

Foto: Reprodução/YouTube Fórum
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, durante entrevista coletiva para a Fórum e a mídia independente, nesta quarta-feira (19), que não se pode julgar as Forças Armadas pelas pessoas que estão no governo Bolsonaro.

“Eu tive um governo de recuperação das Forças Armadas brasileiras, dando o mínimo de dignidade para que ela cumprisse o que está na Constituição, que é defender nossa soberania”, disse Lula.

“Nós demos salário mínimo para os recrutas, criamos o programa ‘Soldado Cidadão’, para que o jovem quando saísse do Exército tivesse uma profissão para entrar no mercado de trabalho, desenvolvemos a engenharia militar”, lembrou.

O ex-presidente destacou, ainda, outros investimentos, como na Marinha: “Compramos um navio, porque era uma vergonha o Barão de Teffé. Também recuperamos a Força Aérea, que não tinha avião para nada”, acrescentou Lula.

“Enfim, no nosso governo e da Dilma, as Forças Armadas cumpriram um papel importante. Essa gente que está no governo Bolsonaro não representa as Forças Armadas. É um grupo de aproveitadores”, ressaltou.

Lula criticou o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmando que ele jamais poderia ser um general. “É um ignorante”.

O ex-presidente relembrou quando Pazuello disse que iria à CPI da Covid de uniforme, porque seria mais respeitado. “Não é a farda que forma o caráter”.

Ex-presidente quer ser o candidato de um movimento para restabelecer a democracia

Lula disse, ainda, que quer ser o candidato de um movimento para reestabelecer a democracia no Brasil e afastou qualquer possibilidade de golpe de Jair Bolsonaro (PL).

“É assim que vou governar, ouvir mais o povo brasileiro. O PT é meu partido, mas não vou ser candidato do PT. Quero ser candidato de um movimento que esteja disposto a resgatar a decência, a dignidade e o direito do povo ser feliz e viver dignamente. É esse movimento que vai reestabelecer a democracia, que vai dar um golpe na urna em Bolsonaro”, afirmou, após ser confrontado por Luis Nassif sobre a existência de milícias e os riscos da eleição.

Em seguida, Lula afirmou que não adiante Bolsonaro esbravejar, pois terá que deixar o governo, caso perca as eleições.

“Esse negócio dele ficar bravo, dizer que não sabe se vai entregar, não sabe se vai aceitar. Não! Ele, calminho, pode até sair pela porta dos fundos como fez Figueiredo, mas quem ganhar vai tomar posse e presidir esse país”, disse, citando o último presidente da Ditadura, general João Figueiredo.