Meirelles: objetivo do governo é privatizar a CEF

A instituição é fundamental no sentido de manter estruturas que sustentam programas sociais, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Financiamento Estudantil (Fies), entre outros

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[caption id="attachment_134561" align="alignnone" width="850"] Foto: José Cruz/Agência Brasil[/caption] O ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à presidência da República pelo MDB, Henrique Meirelles, não deixou a menor dúvida em relação ao projeto de privatização de empresas públicas, implantado pelo governo de Michel Temer. Meirelles participou nesta quarta-feira (6) de sabatina com pré-candidatos à presidência, realizada pelo Correio Braziliense. Adotando o discurso de “profissionalização de gestão”, o ex-ministro defendeu a privatização imediata da Petrobras e, a curto prazo, a pulverização de capital dos bancos públicos. “A Caixa Econômica está sendo preparada para isso (abertura de capital)”, declarou. A abertura de capital da CEF encerrará seu ciclo de banco 100% público, com a condição de promover políticas inovadoras, criar novos mercados e aprofundar sua função social. A instituição é fundamental no sentido de manter estruturas que sustentam programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Financiamento Estudantil (Fies), entre outros. Todo esse trabalho está sob risco de acabar pela ação do governo atual, inclusive, ameaçando a soberania nacional. Além disso, a CEF também exerce o papel de proporcionar empréstimos a longo prazo, com juros mais baixos para a sociedade, em contrapartida às regras do sistema financeiro privado, beneficiando a população com menor poder aquisitivo. Pesquisa A maioria da população é contrária à privatização. Uma pesquisa CUT/Vox Populi, realizada recentemente, para medir a opinião da população sobre as privatizações revela os seguintes resultados: 49% dos entrevistados acham que a CEF (100% pública) e o Banco do Brasil são indispensáveis ao desenvolvimento nacional e não devem ser privatizados; 47% acreditam que se a CEF for privatizada muitas cidades do interior ficarão sem agências bancárias, diminuindo ou mesmo extinguindo programas sociais; para 49% dos entrevistados, consumada a privatização da CEF, o FGTS deixará de financiar habitação para as famílias de baixa renda. Em todos os casos, os números indicam a opinião da maioria absoluta, pois os cenários de aprovação à privatização não ultrapassam o índice de 26%, percentual próximo dos que não quiseram ou não souberam opinar. 34º Conecef São Paulo recebe, a partir desta quinta-feira (7), a 34ª edição do Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), principal instância de decisão dos trabalhadores do banco. O evento vai reunir 455 delegados de todo o país que, até sexta (8), debaterão, principalmente, estratégias de resistência e defesa para manter a CEF 100% pública. Dentre os participantes, Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência; a deputada federal Erika Kokay (PT/DF); Maria Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da CEF e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas; e José Eymard Loguércio, advogado da Fenae e da CUT.