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Após Bolsonaro desrespeitar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o Judiciário brasileiro, juízes federais e outros ministros da Corte criticaram a postura do presidente.
As ofensas de Bolsonaro a Moraes foram uma resposta à ação do ministro de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal.
"Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes. Não engoli. Não é essa a forma de tratar um chefe do Executivo", disse o presidente, que considerou a decisão do ministro "política" e sugeriu que Moraes teria conseguido o cargo por meio de amizade com o ex-presidente Michel Temer.
O ministro Gilmar Mendes se manifestou sobre o ocorrido no Twitter. "O que não se aceita – e se revela ilegítima – é a censura personalista aos membros do Judiciário", escreveu.
https://twitter.com/gilmarmendes/status/1255901456345030658?s=20
Luís Roberto Barroso também se manifestou, em nota ao Estadão, defendendo Moraes. "No Supremo, sua atuação tem se marcado pelo conhecimento técnico e pela independência. Sentimo-nos honrados em tê-lo aqui", disse.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também divulgou, nesta quinta (30), nota de repúdio sobre o ocorrido. "É inadmissível que Magistrados, no exercício das funções constitucionais, dentro do seu poder de decidir com base em seu livre convencimento motivado, sejam alvos de ofensas pessoais", diz o texto. A Ajufe ressaltou que o Judiciário é um dos Poderes da República, defendido pela Constituição Federal.
Alexandre Ramagem é um amigo pessoal da família Bolsonaro, e sua nomeação é vista com desconfiança pelo Judiciário e pela oposição.