Moro acusa Haddad e diz que aceitou ir para a política por estar "cansado de levar bola nas costas"

Ex-juiz disse, em seminário na Espanha, que não vê "autoritarismo" em Bolsonaro e que Fernando Haddad é quem "tinha propostas de controle social da imprensa e do Judiciário”.

Moro e Vargas Llosa (Reprodução/Twitter)
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Em seminário nesta segunda-feira (3) em Madri, o ex-juiz e futuro superministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro, disse que trocou o judiciário pela política por estar "cansado de tomar bola nas costas" e acusou Fernando Haddad (PT), adversário do capitão da reserva, de ter "propostas de controle social da imprensa e do Judiciário”. “Como gostamos de futebol, temos no Brasil uma expressão segundo a qual alguém diz estar cansado de levar bola nas costas”, afirmou à plateia de um seminário promovido pela Fundação Internacional para a Liberdade, presidida pelo Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa, que mediou a mesa. “Meu trabalho no Judiciário era relevante, mas tudo aquilo poderia se perder se não impulsionasse reformas maiores, que eu não poderia fazer como juiz”. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Lembrado por Vagas Llosa da fama de fascista de Bolsonaro, Moro disse "não acreditar nessas etiquetas", defendeu o presidente eleito e atacou Fernando Haddad. “Não vislumbro no presidente traço de autoritarismo”, disse. “O próprio reiteradamente afirmou seu compromisso com a democracia e com o Estado de Direito. Era o principal candidato opositor [Fernando Haddad] que, a rigor, tinha propostas de controle social da imprensa e do Judiciário”, disse Moro. Sobre as artimanhas que ele fez para prender e inabilitar o ex-presidente Lula, além de influenciar no processo eleitoral com a divulgação das delações do ex-ministro Antonio Palocci a seis dias do primeiro turno, antes de aceitar o convite para ser parte do governo de Bolsonaro, Moro desconverou, dizendo que ninguém poderia saber que o militar da reserva seria eleito. “Ninguém antevia que ele seria eleito. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.” Agora que você chegou ao final desse texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais