Em entrevista ao jornalista William Waack, da CNN Brasil, na noite desta terça-feira (23), o pré-candidato à presidência Sergio Moro (Podemos) tentou explicar seus planos para combater a pobreza. O ex-juiz, declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, deu uma resposta simplista para um problema complexo.
Ao ser pergunta o que pretende fazer para acabar com a pobreza, Moro disse os programas de transferência de renda são importantes, mas classificou o Bolsa Família, criado pelo governo Lula (PT), como "eleitoreiro", por ter "mudado de nome" ao, supostamente, usar outro programa do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Acontece que o Bolsa Família não se trata do mesmo programa de FHC com outro nome. O projeto, na verdade, foi o responsável por tirar o Brasil do Mapa da Fome e é tido como referência em todo o mundo.
Na sequência, disse que está "conversado com muitos especialistas" e que é "importante uma abordagem mais individualizada das causas da pobreza, o que tem levado uma determinada comunidade a não escapar da armadilha da pobreza".
"Às vezes pode ser uma coisa simples, uma falta de emprego, uma oportunidade de ensino. Ou seja, é preciso ajudar as pessoas a serem resgatadas desse ciclo da pobreza", disparou, sem responder à pergunta do entrevistador.
Ele disse ainda que pretende criar uma "força-tarefa de erradicação da pobreza", com uma "agência independente que terá uma função muito específica: acabar de vez com a pobreza no Brasil", sem explicar como isso será feito.
Em resumo, Moro disse que, para acabar com a pobreza, é preciso acabar com a pobreza.
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