Moro deu parecer favorável a israelense que teria recebido propina de ditadura militar em Guiné, na África

Parecer foi favorável ao magnata israelense Benjamin Steinmetz, alvo de investigação por corrupção e lavagem de dinheiro em Israel, Suíça, Estados Unidos e na própria Guiné, em processo contra a Vale

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Antes de se associar a Alvarez & Marsal (A&M), que atua na recuperação judicial de empreiteiras como Odebrecht e OAS, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, recebeu R$ 750 mil para dar um parecer favorável ao magnata israelense Benjamin Steinmetz, que já foi investigado por corrupção.

No caso específico avaliado por Moro, Steinmetz tenta reverter uma decisão do tribunal arbitral em Londres que o condenou a indenizar em US$ 2 bilhões a mineradora Vale, que pagou ao magnata US$ 2,5 bilhões por uma mina de exploração de ferro em Simandou, na Guiné, na África.

Um ano depois da negociação, o presidente eleito Alpha Condé iniciou uma investigação nas concessões minerárias no país que teria detectado que Steinmetz pagou propina em 2008 para o ditador Lansana Conté, um militar que subiu ao poder após um golpe de estado e conduziu a nação por 24 anos.

O caso fez com que a Vale abandonasse o projeto e buscasse reparação por ter sido enganada pelo israelense, que é alvo de investigação por corrupção e lavagem de dinheiro em Israel, Suíça, Estados Unidos e na própria Guiné.

Em seu parecer, Moro acusa executivos da Vale de terem prestado "informações falsas e ocultado fraudulentamente do mercado e de seus acionistas as reais condições do negócio celebrado com a BSGR [empresa de Steinmetz] acerca dos direitos de exploração sobre Simandou e sobre os motivos da rescisão posterior”.

Com informações do jornal O Estado de S.Paulo

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