Mourão abriga em seu gabinete general que contrariou Bolsonaro

Eugênio Pacelli foi o responsável por portarias que dificultavam o acesso de milícias a armas de fogo. Ele foi exonerado pelo presidente um dia antes da revogação dos textos

Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão - Foto: Foto: Marcos Corrêa/PRCréditos: Presidência da República
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Exonerado no fim de março pelo presidente Jair Bolsonaro após contrariá-lo em relação ao rastreamento, importação e identificação de armas de fogo, o general Eugênio Pacelli Vieira Mota ganhou abrigo no gabinete de Hamilton Mourão.

De acordo com a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, publicada nesta terça-feira (28), o general se tornou chefe da Comunicação Social da vice-presidência.

Mota era diretor de fiscalização de produtos controlados do Exército e foi responsável por portarias que facilitavam o rastreamento de armas e munições. As portarias implementadas foram elaboradas a partir de uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), de junho de 2018, no âmbito da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

As três portarias, revogadas por Jair Bolsonaro, tinham como objetivo dificultar o acesso do crime organizado a munições e armamentos extraviados das forças policiais do país. Os principais beneficiados desse tipo de extravio são as milícias do Rio de Janeiro.

Em abril, o general se desculpou em carta por não ter atendido a “interesses pontuais” quando esteve na chefia do setor no Exército.

“Desculpe-me se por vezes não os atendi em interesses pontuais… Não podia e não podemos: nosso maior compromisso será sempre com a tranquilidade da segurança social e capacidade de mobilização da indústria nacional”, afirmou o general.