MPF quer suspensão de nomeação de presidente da Funarte por probabilidade de “atividade negligente”

Luciano da Silva Barbosa Querido foi assessor do vereador Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio de Janeiro

Foto: Luciano Querido/ Facebook
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O MPF (Ministério Público Federal) quer suspender, através de ação civil pública, a nomeação de Luciano da Silva Barbosa Querido, na presidência da Funarte (Fundação Nacional de Artes). Luciano foi assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara do Rio de Janeiro.

O MPF também pede, através de liminar, a suspensão da portaria que nomeou Querido para a presidência da Funarte. No mérito, pede que a nomeação seja declarada nula e o termo de posse seja cancelado.

De acordo com o MPF, Querido, que foi nomeado em maio, não possui a formação específica ou a experiência profissional necessária para exercer a função.

"O cargo para o qual ele foi nomeado, DAS de nível 6, exige experiência profissional de, no mínimo, cinco anos em atividades correlatas às áreas de atuação do órgão; ter ocupado cargo comissionado, equivalente a DAS de nível 3 ou superior em qualquer Poder por, no mínimo, três anos; ou, possuir títulos de mestre ou doutor em área correlata às áreas de atuação do órgão ou em áreas relacionadas às funções do cargo", argumenta o MPF.

A nota diz ainda que "a nomeação de Luciano oferece grave risco ao próprio funcionamento da Funarte, com a possibilidade de que diretrizes técnicas sejam distorcidas, de lentidão ou até mesmo de interrupção nos serviços desempenhados pela Fundação, causando reais prejuízos na gestão e no fomento à atividade produtiva artística brasileira se for mantido no cargo".

O órgão considera também que "a nomeação ainda estaria descumprindo os princípios constitucionais da legalidade, da eficiência e da impessoalidade. Teria havido também desvio de finalidade de persecução do interesse público, pois o Ministério do Turismo atribuiu funções públicas a uma pessoa cuja experiência profissional é incompatível com as atividades a serem exercidas", acrescenta.

"Qualquer que seja o resultado, o prognóstico é grave. Estamos diante da probabilidade de desempenho de atividade negligente, imperita ou a interrupção total do exercício de relevantes funções públicas", diz o procurador da República Antonio do Passo Cabral, que assina a ação.

Barbosa é bacharel em direito e trabalhou na Câmara Municipal do Rio de Janeiro de 2002 a 2017 como gestor responsável pela editoração e confecção de boletins informativos sobre atividades legislativas.

Com informações da Folha e da Gaúcha ZH