O deputado federal Gastão Vieira (PROS/MA) afirmou que “parece censura” a iniciativa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) em designar comissão para analisar a “pertinência” das questões do Enem com a “realidade social”.
A situação é ainda mais grave porque, segundo ele, as pessoas designadas para tal tarefa são leigas. “Não entendem nada de avaliação. É só ideologia.”
Após a aplicação do Enem no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro criticou uma das questões da prova e avisou que, como presidente da República, tomaria conhecimento prévio sobre o conteúdo das edições futuras.
As críticas à decisão do Inep foram feitas por Gastão Vieira no Plenário da Câmara dos Deputados e reiteradas em entrevista à Fórum nesta quinta-feira (21).
Para ele, o grande problema em torno da queda de braço ideológica promovida pelo governo Bolsonaro está nas profundas deficiências da educação pública – em especial do ensino médio.
“São 7 milhões de garotos que saem para disputar 300 mil vagas nas universidades públicas”, ressalta.
Outro ponto desfavorável, segundo o deputado do PROS, é a ausência de canais de diálogo entre o Congresso e o Ministério da Educação (MEC).
Membro da Comissão de Educação da Câmara, Gastão espera que o ministro Ricardo Vélez Rodríguez compareça à reunião do colegiado na próxima quarta-feira (27) para prestar esclarecimentos sobre esse e outros pontos.
Autoclassificando- se como um político de diálogo, o parlamentar lembrou que, durante os governos Lula, mesmo em temas de divergências, eram construídos acordos políticos visando à unidade para a aprovação de matérias da Educação. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.