No Roda Viva, FHC diz que toparia frente ampla com Lula, "se for o caso"

Tucano rechaçou comparações entre Lula e Bolsonaro mas evitou criticar o atual presidente, e disse ainda esperar que "não precise" de uma frente em defesa da democracia

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O programa Roda Viva, da TV Cultura, comemora nesta segunda-feira (28) 34 anos de existência e, para marcar a data, trouxe como "convidado de honra" o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O primeiro bloco do programa foi marcado pela troca de afagos entre entrevistadores e o convidado, que deu respostas amenas e tergiversou sobre inúmeros assuntos.

A parte que ganhou mais destaque na primeira parte da entrevista foi o momento em que FHC foi perguntado por Daniela Lima sobre as comparações que são feitas entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, e se o tucano toparia uma frente ampla ao lado do petista contra o atual presidente.

"Eu não igualo Lula a Bolsonaro. Não conheço Bolsonaro, nem sabia que existia. Conheço o Lula de quando ele era operário (...) Para começar os temperamentos são diferentes, e o que eles simbolizam são outras coisas. O Lula simboliza a inclusão de trabalhadores. O Bolsonaro tem mais restrições, o Lula é mais maleável", afirmou.

Sobre a "frente ampla", o tucano disse que "nas circunstâncias atuais, seria um engano se os democratas não se juntassem para manter a democracia". Ao prosseguir, no entanto, FHC evitou criticar Jair Bolsonaro e rechaçou a ideia de que poderíamos estar vivendo em um governo autoritário.

"Se for para fortalecer a democracia eu não tenho restrição em me juntar com quem quer que seja", declarou. "Se for o caso", ponderou o tucano, afirmando ainda que espera que não seja necessária uma articulação contra Bolsonaro, sugerindo que a democracia está sendo defendida e preservada.

Em outro ponto da entrevista, FHC disse ainda que enxerga um "excesso" no número de militares no governo Bolsonaro, mas que isso não significa, necessariamente, que seja um governo autoritário. "Acho que há um excesso, não é necessário. Não acho que necessariamente por causa disso o governo vai ser autoritário. Depende", pontuou.

"Falta de liberdade é o problema. Não acho que quem está no poder hoje cerceou liberdade, está lá porque o povo escolheu", continuou.