O fim da ameaça do voto impresso e a derrota de Bolsonaro?

Proposta para as eleições 2022 pode ser enterrada ainda hoje pela comissão especial do voto impresso

Deputada Bia Kicis com defensores do voto impresso em Brasília (Reprodução/Twitter)
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O governo de Jair Bolsonaro pode sofrer importante derrota ainda nesta sexta-feira (16), graças a um grupo de 20 parlamentares integrantes da comissão especial do voto impresso que colocou em prática uma articulação para acabar com a proposta de vez.

Na tarde de quinta-feira (15), os deputados decidiram se insubordinar contra o governo e aprovaram uma incomum autoconvocação do colegiado, que é composto por 34 membros, para deliberar o projeto do deputado Filipe Barros (PSL-PR) que implementa o voto impresso e derrubá-lo ainda nesta sexta-feira, antes do começo do recesso parlamentar.

Depois irão definir um novo relator contrário ao voto impresso para a próxima eleição e enterrar oficialmente o tema, já que sem o aval da comissão, o projeto nem poderá ir para votação no plenário da Câmara dos Deputados.

A articulação foi coordenada pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA) e contou com a adesão de 12 partidos: MDB, PT, PSDB, PDT, Solidariedade, PC do B, PV, Republicanos, PSOL, DEM, PSD e até o Patriota, ao qual Bolsonaro cogita integrar para participar das próximas eleições presidenciais.

Tentativa do governo de adiar sessão, acabou frustrada na madrugada desta sexta-feira

Bandeira do governo Bolsonaro, que sempre quando fala do tema, afirma que só voto impresso pode salvar as eleições de 2022 de uma possível fraude, os governistas tentaram impedir a sessão especial da comissão, pois sabem que tem placar desfavorável sobre o tema. Assim, tentaram aprovar um requerimento para proibir a realização de sessões de comissões especiais entre os dias 16 e 20 de julho.

A proposta foi apresentada pelo deputado Cacá Leão (PP-BA), e contou com apoio da maioria dos 255 deputados presentes em plenário, sendo 207 votos a favor no total, 43 contra, 4 abstenções e 83 deputados obstruindo a votação, mas, para a infelicidade do governo, o quórum necessário para validar a matéria era de 257 e grande parte dos deputados já saiu para o recesso.

Assim sendo, apesar do placar desfavorável, o grupo conseguiu manter a sessão para esta sexta-feira e, como nas palavras de um dos deputados da articulação, o plano é “encerrar a discussão do voto impresso e seguir em frente”.

A democracia agradece.