Omar Aziz acusa Marcelo Queiroga de mentir em depoimento à CPI do Genocídio

"Se alguém achar que vai brincar com a CPI, está muito enganado". afirmou o presidente da comissão

Omar Aziz - Foto: Leopoldo Silva/Agencia Senado
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O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI do Genocídio, fez declarações fortes durante a retomada da sessão da comissão na noite desta quarta-feira (12). A sessão, que colhe depoimento de Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secom, havia sido interrompida à tarde por conta da exigência da presença dos senadores no plenário. Pouco antes da interrupção, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) apareceu para xingar o relator Renan Calheiros (MDB-AL), em uma atitude que foi vista como tentativa de intimidação.

"Ninguém pode vir aqui na CPI achando que vai me intimidar", disse Aziz após anunciar que havia atendido ao pedido do senador Humberto Costa (PT-PE) para enviar uma cópia da transcrição da oitiva do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República ao Ministério Público Federal (MPF). O presidente da CPI se negou a pedir a prisão de Wajngarten conforme solicitavam Calheiros e outros parlamentares. A crítica à "intimidação" parece ser destinada ao filho do presidente Jair Bolsonaro, contrário à prisão.

Na sequência, Aziz criticou o depoimento prestado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última semana. "Estava assistindo à GloboNews antes de voltar a sessão e estava vendo o atual ministro [da Saúde], que vai voltar aqui ainda porque ele mentiu muito, mentiu demais. Mentiu até mais do que você [Wajngarten]", disparou.

"Ele vai ter que voltar e explicar como que 'nunca é tarde', depois de 425 mil mortes? Não é tarde para você, ministro, que não perdeu nenhum familiar, que não perdeu amigos, que não ficou órfão. É tarde para quem perdeu. É tarde sim, ministro. Hoje eu não posso ter tomado a decisão que muitos queriam, mas você trouxe uma contribuição que ninguém trouxe até agora, mas não se iluda: eu não vou ter essa parcimônia com outros depoentes", prosseguiu.

"Se alguém achar que vai brincar com a CPI, que vai intimidar a CPI, está muito enganado. Sobre a minha vida, podem falar o que quiser. Pessoas vem aqui encarar a gente e tem que aguentar". reforçou.

O presidente ainda deu um "conselho" ao ex-chefe da Secom: "Não pense que a prisão seria a pior coisa que poderia lhe acontecer aqui hoje. O pior é o legado, que você levou a vida inteira para construir, e perdeu hoje”.

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