Pandora Papers: Véio da Havan escondeu offshore em paraíso fiscal por 17 anos

Paladino da moralidade e do patriotismo na horda bolsonarista, Luciano Hang regularizou empresa em 2016. Em 2018, offshore nas Ilhas Virgens tinha 112,6 milhões de dólares em caixa. Pandora papers inclui maiores sonegadores do país, que devem mais de R$ 16,6 bi em impostos.

Luciano Hang, o véio da Havan (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)
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Posando de paladino da moralidade e do patriotismo entre os bajuladores de Jair Bolsonaro (Sem partido), Luciano Hang, o véio da Havan, ocultou por 17 anos uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe.

As informações foram divulgadas pelo site Poder 360, um dos veículos de mídia brasileiros que participam do projeto Pandora Papers, fruto de 11 meses de investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).

Segundo a reportagem, a offshore do empresário bolsonarista, chamada Abigail Worldwide, foi criada em 1999 e só foi regularizada no Brasil em 2016 graças a uma lei sancionada pela então presidenta Dilma Rousseff (PT).

Em 2018, a empresa nas Ilhas Virgens tinha em conta 112,6 milhões de dólares - R$ 604 milhões pela cotação atual da moeda. O valor foi descoberto em documento do banco suíço EFG de 16 de outubro de 2018.

Sonegadores de impostos

Reportagem de Lucas Marchesini e Guilherme Amado no portal Metróles, que também faz parte do Projeto Pandora, informa ainda que 66 dos maiores devedores brasileiros de impostos, cujas dívidas somam R$ 16,6 bilhões, mantêm offshores com milhões depositados em paraísos fiscais.

Na lista de sonegadores estão Eike Batista e o ex-deputado José Janene, um dos pivôs do chamado "mensalão", que segue filiado ao PP, um dos principais partidos da base bolsonarista no Congresso.