Pesquisa da Datafolha mostra que 57% da população afirma que o golpe de 1964 deve ser desprezado

Levantamento revela que até mesmo entre evangélicos, uma das bases eleitorais de Bolsonaro, maioria também rejeita as comemorações relativas ao início da ditadura militar

Ditadura de Bolsonaro deve ser enfrentada nas ruas (Montagem)
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Pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (6), mostra que ao contrário do que propaga Jair Bolsonaro (PSL), a maioria da população se coloca contra as comemorações ao golpe de 1964, que fez o Brasil mergulhar em 21 anos de Ditadura. Essa é a opinião de 57% dos 2.086 entrevistados pelo instituto entre terça (2) e quarta (3). A parcela dos que acham o contrário, que a data merece comemorações, é de 36% dos brasileiros. Outros 7% não souberam responder ou não quiseram opinar sobre o tema. Fã do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra,  Bolsonaro, orientou que os quartéis comemorassem o “aniversário” do golpe civil-militar de 1964 no dia 31 de março – “data histórica” atribuída pela narrativa militar, que marca a derrubada do presidente João Goulart e o início da ditadura que só chegou ao fim em 1985. Para a maior parte das pessoas, esse período de exceção de 21 anos, deve ser desprezado. Ainda segundo levantamento feito pelo instituto Datafolha, mostra que a maioria dos evangélicos, uma das bases eleitorais de Bolsonaro,  também rejeita as comemorações relativas ao início da ditadura militar. Desprezo pelos mais jovens Entre as pessoas de 16 a 24 anos, 64% são contrários à comemoração da data. A porcentagem chega a 67% entre quem tem ensino superior e a 72% entre pessoas com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos. Do outro lado, foram favoráveis à celebração do golpe 42% das pessoas com mais de 60 anos, 43% dos que têm ensino fundamental e 39% dos que têm renda mensal familiar de até dois salários mínimos. Ainda assim, em todos os estratos de idade, escolaridade e renda, a maioria refuta a celebração do golpe de 1964. Leia a reportagem na íntegra.