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O ex-presidente do Banco Central e um dos maiores investidores do país, Arminio Fraga, não endossa a avaliação de que a recuperação da economia virá independentemente de crises em outros campos. “Se dependesse só do econômico, seria uma boa recuperação, mas os últimos dias demonstram a importância dos fatores políticos, sociais e de costumes para o Brasil”, diz.
A visão dele é compartilhada por integrantes da cúpula do Legislativo e por governadores que, nos últimos meses, viajaram para fora do país ou receberam embaixadores.
A preocupação no exterior com os métodos do presidente Jair Bolsonaro é significativa –e a degradação da imagem do país segue curva ascendente. Dinheiro grande e de fora, dizem esses políticos, não vai desembarcar tão cedo no Brasil.
Arminio rejeita o discurso feito por larga fatia do mercado, eufórica com a agenda econômica do governo Bolsonaro. Ele lembrou que, assim como a política, os mercados são erráticos. Ou seja: se hoje estão em alta, amanhã podem virar para baixo. Ele têm sob sua batuta R$ 12,4 bilhões em investimentos.
Após os dados de setembro, economistas preveem que a produção industrial fechará o ano no negativo. E o emprego que vem crescendo é o informal, ou seja, o menos qualificado.
Números da economia real ainda mostram que a recuperação demora a engrenar.
Com informações do Painel, da Folha