Pibinho e economia derrubam Bolsonaro nas redes sociais

Apoiadores do presidente ainda "fazem muito barulho", mas só conseguem influenciar uma bolha "cada vez mais radicalizada", diz estudo

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Os resultados pífios que têm marcado a economia brasileira sob gestão de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, já afetam o apoio do presidente nas redes sociais. Poucas lideranças da Câmara dos Deputados demonstraram apoio ao ex-capitão com relação ao ato do próximo domingo (15), já cobrando do presidente mais atenção ao baixo crescimento do PIB e ao esfacelamento do real ante o dólar.

Uma análise da empresa Arquimedes, especialista em monitoramento de redes, aponta que, do dia 2 a 6 de março, Bolsonaro acumulou 81,16% comentários desfavoráveis sobre o resultado do PIB sob seu governo.

Outro estudo, desta vez da AP Exata, diz que “o governo vem perdendo a guerra da dominância narrativa nas redes. Seus apoiadores fazem muito barulho, mas só têm influenciado uma bolha cada vez mais radicalizada”. A pesquisa foi distribuída a bancos e empresas, além de ter circulado entre diversas autoridades.

Se antes o governo conseguia abraçar outras bolhas, como a anti-PT, anti-corrupção ou a moralista, ele agora está “focada apenas no público que o idolatra”, diz Sergio Denicole, da AP Exata, em entrevista à Folha de S.Paulo.

A militância nas redes “já não consegue ultrapassar essa barreira, mesmo com a atuação de perfis de interferência que defendem o bolsonarismo nas redes”, continuou Denicole, citando robôs, perfis fakes e adeptos. Ainda de acordo com a análise distribuída pela AP Exata, isso explica o fato de Bolsonaro “ter convocado pessoalmente as pessoas às ruas”.

O dólar abriu em forte alta nesta segunda-feira (9), atingindo o valor de R$ 4,79. Parte da explicação para o aumento é a tensão mundial acirrada pelo embate entre a Arábia Saudita e a Rússia, que derrubou o preço do petróleo em mais de 30%.