PM que pediu namorado em casamento denuncia sargento por homofobia

Sargento aposentado, Renato Simões teria atacado via redes sociais o policial após saber do pedido de casamento, feito próximo a uma base da PM em São Paulo. Entre palavras de baixo calão, o sargento disse que iria caçar o soldado e "ensiná-lo a virar homem na porrada, seu filha da p*** do c******"

Leandro Prior e Elton da Silva Luiz (Reprodução/Facebook)
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Leandro Prior, policial militar que fez o pedido de casamento ao namorado Elton da Silva Luiz usando a farda da corporação, denunciou o sargento aposentado Renato Simões por ameaça e homofobia. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo O militar aposentado teria atacado via redes sociais o policial após saber do pedido de casamento, feito próximo a uma base da PM em São Paulo. Entre palavras de baixo calão, o sargento disse que iria caçar o soldado e "ensiná-lo a virar homem na porrada, seu filha da p*** do c******". Ele também disse que Leandro Prior não iria "desonrar a minha gloriosa PMSP". Além do sargento, Prior denunciou a página do Facebook intitulada PROERD, que publicou um texto contra o soldado. Ao citar o noivado do policial militar, a página diz que a "sociedade está doente, todos nós estamos doentes.. doença no caráter, na moral, nos bons costumes, no respeito e na dignidade... #policiamilitar #luto". O autor da publicação, que foi excluída após repercutir, deve ser notificado. Outras seis pessoas que postaram ameaças e ofensas homofóbicas no Facebook também foram alvo da ação. A denúncia só foi possível após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), no mês passado, que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada crime, assim como o racismo. Casamento Antes do pedido de casamento, Prior protocolou solicitação na Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo para pedir o namorado em casamento durante a 23ª Parada LGBT+ de São Paulo, ocorrida no dia 23 de junho, usando a farda da corporação. Houve a proibição por parte da PM, alegando que regras internas vetam que um policial use seu uniforme em qualquer tipo de manifestação, como classificam a Parada. Não foi o único empecilho: Prior entrou na escala de serviço, alterada de dias pares para os ímpares durante essa semana. Teve de comparecer à base no Largo. Então, em vez de o pedido acontecer na Avenida Paulista em meio aos pedidos por mais direitos à população LGBT+, ocorreu ao lado do trabalho do soldado.