Prefeito tucano da Paraíba é flagrado em vídeo colocando R$ 25 mil na cueca

Bosco retira o dinheiro da sacola e coloca o montante nas ‘roupas de baixo’ dizendo: ‘na cueca, camisa é curta’

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A Polícia Federal flagrou uma entrega de propina de R$ 25 mil ao prefeito de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes (PSDB) para posterior repasse ao deputado federal afastado Wilson Santiago (PTB/PB). A operação, ocorrida no dia 22 de outubro do ano passado, foi gravada em áudio e vídeo que foram anexados como prova à representação policial que culminou na Operação Pés de Barro, que prendeu o chefe do executivo de Uiraúna. A ‘Pés de Barro’ apura suposto desvio de recursos da construção da Adutora Capivara, no sertão paraibano. De acordo com as investigações, entre outubro de 2018 e novembro de 2019, a empresa Coenco Construções, responsável pela obra, pagou R$ 1,2 milhão em propinas a Wilson Santiago e R$ 633 mil ao prefeito. A Polícia Federal registra que a conversa com George Ramalho – delator na Pés de Barro e empresário da Coenco Construções -, revela ‘impressionante naturalidade’ com que o prefeito trata das propinas. Durante o diálogo, João Bosco cobra do empresário R$ 200 mil que estariam faltando dos valores acertados, mas George explica que estaria com R$ 25 mil que deveriam ser entregues a Evani Ramalho, secretária parlamentar de Santiago. Bosco concorda em levar os R$ 25 mil e pergunta para quem é o dinheiro. George responde que seria para Wilson, diz a PF. Bosco então retira o dinheiro da sacola e coloca o montante nas ‘roupas de baixo’ dizendo: ‘na cueca, camisa é curta’. Um agente fotografou João Bosco deixando o hotel e, na representação, a PF destaca que o bolso esquerdo da calça jeans do prefeito ‘apresenta um volume anormal’. O advogado do deputado tentou desqualificar o delator e ainda afirmou que ele, “em nenhum momento apresentou provas de que o Deputado Wilson Santiago teria recebido dinheiro ilícito”. Veja a nota na íntegra abaixo: “Trata-se de um delator que ganhou notoriedade na Paraíba por delatar terceiros para não ser preso. Em nenhum momento o delator apresentou provas de que o Deputado Wilson Santiago teria recebido dinheiro ilícito. Tampouco a Polícia Federal apresentou provas que incriminasse o deputado. A ação controlada, as intercepções telefônicas, telemáticas e ambientais não dizem nada a respeito do deputado, somente ilações e conjecturas. Em momento processual oportuno, a defesa apresentará também as suas provas restabelecendo a verdade real dos fatos”. Luis Henrique Machado Advogado do Dep. Wilson Santiago Com informações do Blog de Fausto Macedo