Presidente da CPI do Genocídio diz que quer investigar médicos que prescreveram cloroquina

"No meu estado, teve médica que veio de São Paulo para Manaus prescrever inalação de cloroquina e matou mulheres", disse Omar Aziz

Omar Aziz - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Durante o depoimento de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as omissões do governo do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19 - a chamada CPI do Genocídio -, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que pretende investigar os médicos que prescreveram cloroquina e hidroxicloroquina a seus pacientes.

"Todo médico que receita cloroquina sabe dos efeitos colaterais que tem a cloroquina?", questionou Aziz a Mandetta. "Aqueles médicos que prescreveram cloroquina após todos os órgãos dizerem que não funciona e tem efeitos colaterais, quem vai ser responsável por isso?", disse.

"A gente quer saber quantos pacientes foram salvos, quais foram os pacientes que foram atendidos para sabermos se eles tem efeitos colaterais e responsabilizarmos quem prescreveu esse medicamento. No meu estado, teve médica que veio de São Paulo para Manaus prescrever inalação de cloroquina e matou mulheres. Teve médico que inalou cloroquina e morreu!", completou.

"Todo médico sabe os efeitos colaterais? Caso que sim, vamos fazer uma investigação também para que os médicos respondam no Conselho Regional de Medicina. Estão dizendo que a CPI não quer ouvir os médicos que defendem a cloroquina. É bom eles virem! E depois a gente vai atrás dos pacientes deles pra ver como estão hoje", insistiu.

Os questionamentos do presidente da CPI foram feitos logo após o senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, fazer uma ampla explanação sobre os efeitos maléficos da hidroxicloroquina quando utilizada indevidamente, como é o caso do uso contra a Covid-19.

Em resposta, Mandetta disse que todos os efeitos maléficos e a ausência de eficácia eram sabidos pelo governo, em crítica à posição do presidente Jair Bolsonaro. "Eu dei ao governo exatamente essa explicação que foi dada pelo senador Otto Alencar", disse. Sobre os médicos, ele também foi categórico: "Deveriam saber, sim, a bula, e a farmacodinâmica completa desta droga. [Não dá para] prescrever e dizer 'estou na tentativa'...".