Prisão de PMs envolvidos em crime organizado afeta campanha de Flávio Bolsonaro

Deflagrada pelo MP-RJ, a operação investiga suposta quadrilha de policiais especializada em extorsões. Os irmãos gêmeos PMs Alan e Alex de Oliveira estavam entre os 46 suspeitos com prisão decretada e trabalhavam na campanha de Flávio Bolsonaro

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Policiais militares que participavam de agendas da campanha do deputado estadual Flávio Bolsonaro, candidato ao Senado pelo PSL do Rio nas eleições 2018 e filho do presidenciável Jair Bolsonaro, foram presos na semana passada na Operação Quarto Elemento. Deflagrada pelo Ministério Público Estadual, a operação investiga suposta quadrilha de policiais especializada em extorsões. Os irmãos gêmeos PMs Alan e Alex Rodrigues de Oliveira estavam entre os 46 suspeitos com prisão decretada pela Justiça. Os irmãos atuavam na segurança de eventos de campanha de Flávio Bolsonaro. Alan e Alex se aproximaram do PSL por meio da irmã, Valdenice de Oliveira Meliga, assessora do deputado estadual e tesoureira do partido no Rio. A funcionária está nomeada no gabinete de Flávio como cargo de confiança na Liderança do PSL. A prisão dos PMs causou mal-estar na campanha de Flávio. O deputado negou que eles fizessem parte da campanha. Em foto postada em uma rede social, o deputado estadual e o candidato à Presidência aparecem na festa de aniversário dos policiais, no bairro de Campo Grande. "Essa família é nota mil", escreveu Flávio em sua página no Instagram, ao comentar a imagem. Segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, a suposta quadrilha de policiais extorquia dinheiro de pessoas que estavam em situação ilegal. "A partir dessa situação, em vez de seguir a lei, os denunciados exigiam uma quantia em dinheiro para que os infratores não fossem presos ou tivessem as mercadorias apreendidas e sofressem os devidos procedimentos legais", afirma o Ministério Público. Alan já havia sido preso por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio por outra acusação em janeiro de 2018. Ele estaria envolvido na extração e venda ilegal de barro em um terreno em Paciência, na zona oeste do Rio, e também em vendas de um loteamento ilegal.