Procuradora Raquel Dodge é contra acesso de Moreira e Padilha à quebra de sigilo telefônico

Dodge entende que acessos aos dados pelos ministro de Temer atrapalha o andamento das investigações

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A procuradora-geral da República Raquel Dodge enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) com manifestação contrária à solicitação dos ministros do governo Temer Moreira Franco (Minas e Energia) e Eliseu Padilha (Casa Civil) para o acesso à quebra de sigilo telefônico autorizada pelo ministro Edson Fachin. A procuradora-geral afirmou no texto que os acessos dos ex-ministros aos dados poderia atrapalhar o andamento das investigações, com a frustração de diligências em curso provocadas pelo "prematuro afastamento do sigilo". Dodge pediu ao ministro Fachin que fossem incluídas mensagens telefônicas envolvendo a suspeita de pagamento de propina na licitação do Aeroporto do Galeão (RJ). Segundo a investigação, a construtora OAS, vencedora da licitação, teria abastecido a campanha do MBD em 2014. O acordo, segundo a acusação, teria sido firmado no Palácio do Jaburu, quando Temer era o vice-presidente. "Como se vê, as mensagens que tratam de encontros de Eliseu Padilha e Moreira Franco com Léo Pinheiro interessam às investigações em curso, que apuram corrupção na concessão de aeroporto na qual a OAS era uma das concorrentes", escreveu Raquel Dodge. No celular de um ex-funcionário da empresa foram encontradas mensagens com o agendamento de encontros de Leo Pinheiro, executivo da construtora preso na Operação Lava Jato, e agentes públicos envolvidos na licitação.