PSDB, que pediu auditoria da eleição de 2014, fecha questão contra o voto impresso

Partido não só nega a tese de Bolsonaro de que Aécio Neves venceu a eleição contra Dilma como também vai votar contra a PEC do voto impresso, que será apreciada pelo Plenário da Câmara

Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB (Divulgação)Créditos: Foto-George-Gianni-PSDB
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Usado por Jair Bolsonaro em sua tese de fraude nas eleições e em defesa do voto impresso, o PSDB decidiu fechar questão para votar contra a proposta, que será apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10).

Em sua narrativa de que as urnas eletrônicas são fraudáveis, o presidente já afirmou, por mais de uma vez, que tem "provas" de que Aécio Neves (PSDB) venceu o pleito de 2014 contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Bolsonaro, no entanto, nunca apresentou essas provas e o próprio PSDB nega que tenha existido fraude naquela eleição.

O partido, após o pleito, chegou a pedir auditoria das urnas e, após o procedimento ser feito, reconheceu o resultado que chancelou a reeleição de Dilma.

Após reunião de sua Executiva Nacional nesta terça-feira (10), a legenda divulgou nota reafirmando sua confiança no sistema eleitoral brasileiro e informando que fechou questão para que sua bancada vote contra a PEC do voto impresso.

"Discutir a mudança no sistema de votação partindo da falsa premissa de eleições fraudadas é um desserviço à democracia brasileira. Diante disso, o PSDB fechou questão, em reunião da Executiva Nacional, contra a proposta em discussão na Câmara dos Deputados. O partido acredita que o sistema pode ser sempre aprimorado, mas não nos moldes que tem sido conduzida atualmente a discussão", diz nota assinada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

Confira, abaixo, a íntegra da nota

O PSDB confia no sistema de votação brasileiro e tem compromisso firme com aprimoramentos, inovações e segurança do voto. Contribuiu com avanços na segurança e confiabilidade do sistema a partir de consulta sobre a possibilidade de auditoria no sistema eletrônico de votação em 2014, que resultou em seguidas resoluções do TSE que deram ainda mais transparência e segurança ao processo.

Mais recentemente, o TSE, com a resolução 23.603 de 12 de dezembro de 2019, que dispõe sobre os procedimentos de fiscalizações e auditoria do sistema eletrônico de votação, previu  as formas de auditagens sugeridas pelo PSDB e incluiu dentro dos agentes fiscalizadores as universidades, o Ministério Público, os partidos políticos, a OAB e as Forças Armadas, entre outros.

Discutir a mudança no sistema de votação partindo da falsa premissa de eleições fraudadas é um desserviço à democracia brasileira. Diante disso, o PSDB fechou questão, em reunião da Executiva Nacional, contra a proposta em discussão na Câmara dos Deputados.

O partido acredita que o sistema pode ser sempre aprimorado, mas não nos moldes que tem sido conduzida atualmente a discussão.

Bruno Araújo – presidente Nacional do PSDB

PEC do voto impresso deve ser derrotada no plenário

De acordo com levantamento feito pelo gabinete da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a PEC do voto impresso deve ser derrotada com ampla maioria dos votos.

Segundo Feghali, serão 329 votos contra, 86 a favor e 57 deputado ainda não decidiram. Os partidos que devem votar em bloco contra a PEC são: PCdoB, PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, SD, PSOL, AVANTE, CIDADANIA, PV E REDE.

Já os partidos favoráveis são: PSL, PROS, PSC E PTB. O PP, por sua vez, liberou a bancada.