"Queda" no desemprego aconteceu porque pessoas desistiram de procurar trabalho, diz IBGE

Inatividade de trabalhadores registrou aumento de 1,3% no trimestre até janeiro, com 873 mil pessoas. Por outro lado, índice mostra queda de 453 mil "desempregados"

Mutirão por emprego levou multidão para o Vale do Anhangabaú, em São Paulo (Foto: Reprodução/ Rede Globo)
Escrito en POLÍTICA el

Analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy, afirmou na manhã desta sexta-feira que a leve oscilação negativa no índice de desemprego, que ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, se deu porque muitas pessoas desistiram de procurar trabalho nos meses de férias escolar.

“A inatividade foi decisiva para a redução da desocupação (desemprego) no período”, disse ela. Segundo dados do IBGE, o país tinha 11,913 milhões de desempregados no trimestre até janeiro, 453 mil a menos do que no trimestre móvel anterior (agosto a outubro).

A analista explicou que, no entanto, essa redução desemprego não ocorreu, contudo, pela geração de novos postos de trabalho, que somou apenas 97 mil vagas no trimestre móvel até janeiro. O que houve foi que menos pessoas estavam procurando emprego — pela metodologia do IBGE, que segue padrões internacionais, uma pessoa que não procura trabalho não é desempregada.

A população fora da força de trabalho (que não estava empregada e nem procurando emprego, com 14 anos ou mais de idade) registrou aumento de 1,3% no trimestre móvel até janeiro, com 873 mil pessoas indo para a inatividade. Esse contingente é um recorde para a pesquisa domiciliar de mercado de trabalho do IBGE, que foi iniciada no primeiro trimestre.