Raquel Dodge pede anulação de inquérito das fake news

A procuradora-geral da República defende que inquérito para apurar notícias falsas, ameaças e calúnias contra seus ministros seja declarado ilegal e inconstitucional

Foto: José Cruz/Agência Brasil
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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a anulação do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar notícias falsas, ameaças e calúnias contra os ministros da casa. No documento enviado à corte na última quarta-feira (31), Dodge pede que a portaria, que instaurou as apurações, seja considerada ilegal e inconstitucional. O instrumento legal foi assinado pelo ministro Dias Toffoli em março. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. A manifestação se deu em mandado de segurança apresentado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). E requer que os efeitos do ato editado por Toffoli sejam suspensos e, no julgamento definitivo, considerados nulos. Um dos propósitos da ação é evitar que integrantes da categoria sejam alvo de medidas investigativas da corte, que são consideradas ilegais. A procuradora-geral argumenta que o inquérito afronta o sistema penal acusatório instituído pela Constituição de 1988. Assim, o órgão responsável pela acusação poderia ser o mesmo que julga. Medidas investigativas Dessa forma, para abrir um inquérito, o juiz deveria ser acionado pela polícia e pelo Ministério Público. Cabendo a estes órgãos propor as medidas investigativas. Dodge questiona o fato de Toffoli ter aberto o inquérito com base em um dispositivo do Regimento Interno do Supremo, ou seja, sem provocação de terceiros. O Ministério Público Federal não tem participação ou acesso ao caso. Há, no entanto, um precedente: uma investigação aberta de ofício pela 2ª Turma no ano passado para apurar o uso de algemas na transferência de Sérgio Cabral (MDB-RJ). Também é questionado o fato de o presidente da Corte ter designado o ministro Alexandre de Moraes para presidir o inquérito, sem ter, no entanto, feito um sorteio ou ouvido os colegas em plenário.