Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (23), que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) tenha acesso às mensagens trocadas pelo ex-juiz Sergio Moro com procuradores da Lava Jato, na Operação Spoofing. O processo tramita em segredo de Justiça.
Lewandowski autorizou apenas o material que tenha referências ao senador, um dos políticos mencionados em acordos de delação. Alguns investigados afirmam que Renan recebeu propina dos desvios da Petrobras, de acordo com reportagem de Gabriela Coelho, na CNN Brasil.
A Corte recebeu denúncia, em dezembro de 2019, que acusa o senador de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Renan protocolou, em fevereiro de 2020, projeto de lei que prevê anistia para os hackers que revelaram diálogos. O senador argumenta que eles contribuíram para o “aperfeiçoamento das instituições brasileiras”, pois as conversas são “confissões inequívocas de perseguição política”, de “desprezo pelos direitos fundamentais das pessoas acusadas”.
Perícias
A Polícia Federal (PF) enviou, ao STF, nesta sexta, cópia das perícias sobre os diálogos da Operação Spoofing.
Em dezembro de 2020, Lewandowski concedeu à defesa do ex-presidente Lula acesso às mensagens da Spoofing, realizadas em julho de 2019. Já em fevereiro de 2021, a Segunda Turma da Corte manteve o acesso de Lula às mensagens obtidas pela operação.