Em entrevista ao Fórum Onze e Meia nesta terça-feira (9), o jornalista Luís Nassif comparou o vazamento de mensagens da Lava Jato, que expôs a perseguição de promotores e do ex-juiz Sergio Moro ao ex-presidente Lula, com obras do cineasta Alfred Hitchcock.
"Eu sou um fã dos filmes do Hitchcock, ele é muito interessante, monta as tramas de um jeito que um fato aleatório destrói tudo", comentou o jornalista.
"O que foi o fato aleatório [no caso da Vaza Jato]? Foi um rapaz hiperativo que morava com a vó em Araraquara, que é vítima de perseguição de um promotor local. Todo isolado, começa a hackear, e vai percebendo que tem uma pessoa que está sendo alvo da mesma injustiça, que é Lula. A partir disso, toda aquela trama montada, que envolve as estruturas de polícia, envolve o STF, envolve toda a trama, tudo aquilo se desmorona. O que nós estamos vendo é um roteiro digno de Hitchcock", completou.
Em relação ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) desta terça-feira (9), sobre a manutenção ou derrubada da decisão do ministro Ricardo Lewandowski de compartilhar mensagens hackeadas da Lava Jato com a defesa de Lula, Nassif opina que a decisão deverá ser mantida.
O acesso à íntegra dos documentos do acordo de leniência entre a força-tarefa e a Odebrecht também serão analisados pela Corte.
"Eu acho que mantém [a decisão]. Você tem hoje três pessoas comprometidas com a Lava Jato até o último fim de cabelo [no STF]: Fux, Barroso e Fachin", afirmou o jornalista.
As mensagens compartilhadas com a defesa de Lula foram apreendidas na Operação Spoofing, que investigou crimes cibernéticos contra ministros, membros da Lava Jato e parlamentares do Congresso Nacional.
Confira a entrevista completa: