Russomanno usa tuíte de blogueiro bolsonarista para atacar Boulos em debate da Folha

Publicação de Oswaldo Eustáquio, investigado por relação com atos antidemocráticos, foi feita durante o debate. Candidatos foram alertados sobre uso de celular

Celso Russomanno - Foto: Reprodução
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O candidato do Republicanos à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, utilizou uma publicação no Twitter de um blogueiro bolsonarista para atacar Guilherme Boulos (PSOL) durante debate eleitoral promovido pela Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (11).

A publicação do blogueiro foi feita já no decorrer do debate. Candidatos chegaram a ser alertados pelas apresentadoras sobre o uso de celular, que é proibido. Elas não citaram exatamente o nome de quem fez uso do aparelho.

O tuíte partiu de Oswaldo Eustáquio, que chegou a ser preso em junho deste ano ao tentar fugir do Brasil após ser investigado por relação com os atos antidemocráticos que pregavam fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A "denúncia" de Eustáquio reproduzida no debate por Celso Russomanno acusa Boulos de usar empresas fantasmas para desviar R$ 500 mil nas eleições de 2020.

"Vendo a prestação de contas de Boulos, eu encontrei a Quirion que não está no endereço certo. É uma equipe de reportagem que soltou a reportagem nas redes sociais, dizendo que o senhor para uma empresa deu de 24 a 28 mil reais e a empresa não se encontra no local, é fantasma. E a outra deu R$ 500 mil", disse Russomanno.

"Olha Celso, francamente, você tem que escolher se quer ser prefeito, se quer continuar apresentando seu programa. Se vai passar lá na sede da empresa de comunicação e querer comprar papel higiênico no varejo, humilhar caixa de mercado como você faz", respondeu o candidato do PSOL.

Além de ter sido preso pelo STF por envolvimento nos atos antidemocráticos, Oswaldo Eustáquio também foi acusado na justiça de publicar fake news para atacar ao menos duas empresas que disputam licitações públicas.

Assim como foi feito contra Boulos, os textos do bolsonarista acusaram as empresas de serem “laranjas”. A suspeita é de que Eustáquio agiu em favor de uma concorrente delas, a Infosolo, que disputa um mercado de pelo menos R$ 100 milhões ao ano, segundo reportagem do Intercept Brasil.

Em nota, a Infosolo declarou que Oswaldo Eustáquio "prestou serviços como freelancer, elaborando releases e notas à imprensa, com foco em outras empresas do grupo, sem qualquer relação com o conteúdo sugerido pela reportagem do The Intercept Brasil".

https://twitter.com/oswaldojor/status/1326525587712831489