Salles fracassa e deixa Alemanha sem renegociação de auxílio ambiental

Em agosto, Berlim suspendeu uma doação de R$ 155 milhões ao Fundo Amazônia como forma de represália às falas inconsequentes de Jair Bolsonaro sobre a floresta

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. (Foto: Divulgação)
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou a Alemanha esta quarta-feira (2) sem conseguir recuperar o financiamento do país europeu ao Fundo Amazônia e outros projetos de conservação. Em agosto, Berlim suspendeu uma doação de R$ 155 milhões, como forma de represália às falas inconsequentes de Jair Bolsonaro (PSL) e sua falta de ações para conter o desmatamento na floresta. Ao chegar à Alemanha, no domingo (29), Salles postou um vídeo no Twitter dizendo que, em reuniões com representantes do setor privado e o governo alemão, pretendia "desmistificar" e "acabar" com o "sensacionalismo de informações que não são corretas sobre a situação ambiental brasileira". Segundo um porta-voz do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, a pasta não reveria a suspensão dos recursos ao Brasil até ter "uma impressão bem fundamentada de que o dinheiro será bem investido". Além de se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, com quem não chegou a um acordo, Salles também se encontrou com o titular da pasta de Cooperação e Desenvolvimento, Gerd Müller. Protestos Durante sua estadia em Berlim, o ministro foi recebido nesta segunda-feira (30) com protestos em frente à Câmara de Comércio e Indústria da Alemanha. A ONG Greenpeace e um grupo de resistência ao governo de Jair Bolsonaro formaram uma corrente humana para bloquear a entrada do ministro na Câmara. O grupo estendeu uma faixa na fachada do prédio com a frase “sem acordos com criminosos do clima”, em referência ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), e exibiram o tronco de uma árvore em chamas. Na tora, estava escrito: “Não destruam a Amazônia.” Os ativistas ainda ancoraram um barco no rio Spree, que passa ao lado da sede da confederação.