Sem acordo, oposição decide obstruir votação da reforma da Previdência

Rodrigo Maia entrou na linha de negociação para evitar que votação seja atrasada; partidos de oposição rejeitaram acordo e vão manter obstrução

Alessandro Molon - Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Líderes da Oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PT, PCdoB, PSOL, Rede, PSB e PDT) rejeitaram na tarde desta terça-feira (9) uma tentativa de acordo mediada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e afirmaram que vão usar todos os mecanismos regimentais de obstrução para travar o debate em torno da reforma da Previdência. Mesmo com a resistência desse bloco, a expectativa é que a PEC 06/2019 seja aprovada até o final desta semana. Para que a tramitação seja concluída mais rápido, Maia sugeriu aos líderes da oposição que substituíssem as tentativas de obstrução por uma longa sessão de debate. Dessa forma, cada deputado poderia ir à tribuna do plenário para se manifestar. Assim, seria possível iniciar a votação do texto-base da reforma na madrugada de quarta. Os destaques ficariam para o dia seguinte. A oposição avalia que, apesar da possível derrota, não valeria a pena abrir mão da obstrução, uma estratégia legítima e avalizada pelo Regimento Interno. Com isso, a minoria buscará inverter alguns votos na tentativa de minimizar a robustez de uma possível vitória do governo. Líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que a tática de obstrução fará com que deputados indecisos e mesmo alguns inclinados a votar favoravelmente à PEC. "Vamos usar a obstrução para debater o texto e votar contra a proposta", disse. Líderes ouvidos pelo blog informaram que os partidos de esquerda estudam a possibilidade de apresentar um destaque em plenário para a inclusão de Estados e municípios na proposta de reforma da Previdência. A estratégia conta com apoio de partidos do Centrão. O governo diz já ter os 308 votos necessários, mas a oposição afirma entender que isso seria um blefe.