Sérgio Amadeu discute consequências das “Jornadas de Junho” e expansão da nova direita

Em entrevista ao editor Renato Rovai para o Fórum Eleições, cientista social fala sobre as manifestações de 2013, o surgimento de grupos de direita, como MBL e Vem Pra Rua, e o papel da rede

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[caption id="attachment_139116" align="alignnone" width="640"] Foto: Reprodução[/caption] O cientista social e professor da UFABC, Sérgio Amadeu, em entrevista ao Fórum Eleições para o editor da Fórum, Renato Rovai, relembrou a origem, causas e consequências das chamadas “Jornadas de Junho”. Amadeu acredita que há uma relação entre os fatos que ocorreram depois das manifestações de 2013 e a expansão da nova direita, principalmente no que se refere às articulações de rede. “O que aconteceu durante a “Jornadas de Junho” foi uma grande surpresa para todos e, inclusive, para quem era protagonista, ou seja, o Movimento Passe Livre (MPL), que lutava há tempos pelo direito à mobilidade. Quando houve o aumento de 20 centavos na tarifa, foi convocada uma manifestação em São Paulo para o dia 6 de junho. Teve a adesão de um número razoável de pessoas, que, apesar da repressão da Polícia Militar (PM), chamou a atenção da cidade de São Paulo”, relembra o cientista social. Um fato marcante destacado pro Amadeu é que as manifestações continuaram a ser convocadas, principalmente pelas redes sociais. “Foram ganhando dimensão e começaram a deixar a pauta original de lado para assumir outros temas de discussão. Em uma dessas manifestações, alguns policiais sofreram ferimentos leves, em função dos conflitos, e a grande imprensa passou a fazer campanha, dizendo que a rua não era lugar para esse tipo de manifestações. A Folha de S.Paulo e o Estado de S.Paulo publicaram editoriais conclamando mais rigor por parte da PM”. Assim foi feito. “No entanto, a partir de certo ponto as manifestações perderam o protagonismo no processo. Com isso, no final de 2013 a direita percebeu que podia chegar às redes usando dinheiro. Então, gente muito poderosa passou a financiar grupos de direita e foram criados, entre outros, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, já em 2014. O MBL usou esse nome, inclusive, para confundir com o MPL. São grupos organizados, que recebem muito dinheiro, mas ninguém sabe como são compostos e de onde vem os recursos que os mantêm”, reflete Amadeu. Confira a entrevista completa: https://youtu.be/MCt8hcDtEPM