Steve Bannon afirma que Mourão se tornou “uma voz dissonante”

“Há muitos membros do governo que estão questionando o ‘timing’ do vice-presidente e seus posicionamentos nestes primeiros 100 dias”, disse o estrategista

Foto: Palácio do Planalto/Divulgação
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Há algum tempo a relação entre o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e Olavo de Carvalho, o “guru” da família Bolsonaro, não é boa. Um dos amigos do “filósofo”, Steve Bannon, o estrategista-chefe afastado do governo de Donald Trump, é um dos principais articuladores de um possível isolamento de Mourão. Após se sentar ao lado de Jair Bolsonaro em um jantar na residência oficial do embaixador do Brasil em Washington, neste domingo (17), Bannon declarou que há uma “clara preocupação” entre os apoiadores de Bolsonaro sobre a influência do vice Mourão, de acordo com informações de Ricardo Senra, da BBC News Brasil. “Há muitos membros do governo que estão questionando o ‘timing’ do vice-presidente e seus posicionamentos nestes primeiros 100 dias”, disse. “Isso não significa que exista uma divisão dentro do governo, mas ele (Mourão) se tornou uma voz dissonante e isso é perigoso. Há um nível relevante de frustração pelo fato de ele estar desalinhado com o programa do presidente Bolsonaro”, destacou Bannon. Mentalidade golpista Na opinião de Olavo de Carvalho, Mourão tem “mentalidade golpista” e “uma vaidade monstruosa”. Depois de se encontrar com Bannon no sábado e no domingo, Olavo disse ainda que o general Mourão é um “estúpido”. Alguns integrantes do primeiro escalão do governo não escondem sua contrariedade com o vice. Para eles, Mourão teria se tornado uma presença “nociva” que “conspira contra o presidente” e teria agido para se aproveitar de “um grande vácuo” durante os períodos de internação e afastamento médico do capitão reformado.

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