Tabata Amaral pagou R$23 mil ao namorado por menos de dois meses de trabalho, diz revista

Apuração da Veja aponta que a deputada federal do PDT usou recursos do fundo eleitoral para pagar R$23 mil ao seu namorado por serviços prestados ao longo de quase dois meses em sua campanha; prática não é ilegal, mas parlamentar não divulgou os resultados do trabalho de seu companheiro

Foto: Alexandre Amarante
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Alvo de um procedimento interno do PDT por ter ido contra a orientação do partido e votado a favor da reforma da Previdência, a deputada federal Tabata Amaral (SP) se utilizou de uma prática criticada por ela mesma para se eleger. Defensora da nova política e crítica das velhas práticas eleitorais, a parlamentar pagou R$23 mil ao seu namorado, com dinheiro do fundo eleitoral,  por serviços prestados em sua campanha em um período de menos de dois meses. As informações são da revista Veja. De acordo com a revista, que obteve os números através de informações disponíveis no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o namorado de Tabata, o colombiano Daniel Alejandro Martínez, trabalhou na campanha da parlamentar como "análises estratégicas" e "atendimento aos eleitores". No contrato protocolado junto ao TSE, consta que Martinez trabalhou em um escritório em São Paulo, diariamente, das 9h às 18h. O local de trabalho do companheiro da parlamentar não era o mesmo de seu comitê de campanha. Os serviços prestados pelo namorado de Tabata, de acordo com o TSE, seriam desempenhados entre 17 de agosto e 6 de outubro e, por eles, Martinez receberia R$17.100. Em setembro, o cachê do namorado da parlamentar recebeu um aditivo e foi para R$23.053. A prática de contratação de pessoas para trabalhar na campanha utilizando o fundo eleitoral não é ilegal. Diferentemente de outras pessoas que trabalharam com Tábata durante a campanha, no entanto, a deputada não esclareceu quais foram os resultados dos serviços prestados por Martinez. À Veja, a assessoria de imprensa de Tabata Amaral encaminhou uma nota protocolar. "A campanha da Tabata Amaral cumpriu as leis eleitorais na contratação de seus serviços e pessoas. Todas as informações são públicas e estão no portal do TSE". Fórum entrou em contato com a equipe da deputada que, após a publicação, enviou nota de Samuel Emilio Melo, coordenador do grupo Acredito, que ela faz parte. Ele destacou que "defender a Tabata neste momento é uma manifestação de apoio à todas as pessoas que acreditam que a nossa política merece pessoas comprometidas em resolver os problemas do país". Atualizado em 20/07 às 18:25