Wagner Moura afirma: “a mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil!”

Em entrevista, o diretor de “Marighella” perguntou sobre a perseguição do governo aos artistas: “Vocês acham que Bolsonaro já leu um livro?”

Wagner Moura e Seu Jorge, em set de filmagens de Marighella (Divulgação)
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Wagner Moura, em entrevista ao UOL, publicada nesta sexta-feira (15), feita em Berlim, onde se preparava para lançar seu filme “Marighella”, cinebiografia de um dos líderes da luta armada contra a Ditadura Militar, nos anos 1960, afirmou que “a mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil! E não estamos falando só do Brasil: fiquei sabendo que Donald Trump mente 11 vezes por dia”, disse. Moura afirmou também, sobre a perseguição que alguns artistas têm sofrido no Brasil que “a arte é sempre um ambiente que te faz pensar. E é por isso que agora, no Brasil, há uma grande campanha contra a arte e a cultura. Contra o pensamento crítico, contra os livros. E se você estudar a história dos governos fascistas pelo mundo, verá que esses são os primeiros sinais, que isso é o vento que antecede a tempestade”, alertou. Sobre o presidente Jair Bolsonaro, o ator e diretor questiona: “Vocês acham que Bolsonaro já leu um livro? Honestamente: que já foi a um teatro? Não! Isso não tem importância para essas pessoas, e elas não querem que essas narrativas sejam ditas. O [meu] filme vai ser um dos primeiros produtos culturais do Brasil que vai ser abertamente contra esse grupo que tomou o poder - aliás, democraticamente. Mas meu filme não é uma resposta a Bolsonaro: honestamente é bem maior que Bolsonaro”, desabafou. O ator recorda ainda o episódio em que deu uma entrevista para o site Brasil de Fato. Na ocasião, ele afirma que estava com rinite, “mas o que fizeram? Um vídeo dizendo que eu estava cheirando cocaína quando gravei a entrevista. Eu estava com rinite, então mexi no nariz algumas vezes, mas editaram um vídeo só com essas partes. Então esse tipo de resposta só prova quando eu digo que são medíocres, porque foi o que instigou o argumento ad hominem, de quando você não ataca a ideia de alguém, mas a própria pessoa... e com mentiras... Eu não sou capaz de responder a esse tipo de coisa: eles me provam que estou certo. O que é louco é que, seja lá o que eles fizerem, funciona", lamentou. Moura afirma, ao encerrar que “vivemos em um momento em que a verdade não importa. Não importa! Seja lá o que fizerem [a extrema-direita] - dizer que estou cheirado, ou que a esquerda distribuía a mamadeira de piroca – funciona”, disse.