Deputado, está tentando me intimidar?

Coluna de Cleber Lourenço: "Apontei uma verdadeira 'sinfonia de conveniências' do deputado federal Daniel Silveira, que no final de semana lançou algumas bravatas contra as instituições"

Daniel Silveira (Foto: Reprodução/Montagem)
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Nas últimas horas apontei uma verdadeira “sinfonia de conveniências” do deputado federal Daniel Silveira, que no final de semana lançou algumas bravatas contra as instituições.

Como não trabalho com o mesmo expediente que a horda bolsomorista, que opera unicamente com a presunção de culpa, darei ao deputado a presunção da inocência. Ele afirma que não apagou os tuítes, que eles foram apagados pela plataforma após uma série de denúncias, pedi um print ou alguma comprovação sobre o que ele afirma.

Sim, o ônus da prova é de quem acusa, mas não custa perguntar né? O fato é um só, os tuítes foram removidos.

Justo em um momento onde o Supremo Tribunal Federal abre um inquérito para apurar envolvimento de parlamentares nas manifestações golpistas dos últimos dias.

No meio de toda essa confusão, confesso que desci um pouco do salto com o deputado que chamei de “valentão de goela” por aparentemente retroceder em seu posicionamento.

O deputado que já tem um histórico de violência e truculência contra jornalistas e cidadão brasileiros não perdeu tempo em me responder em outro tweet:

https://twitter.com/danielPMERJ/status/1253535670217388032

Agora pergunto para você que me lê e para o próprio deputado, está tentando me intimidar?

Não me surpreenderia se a resposta fosse um retumbante “sim”, uma rápida pesquisa no Google com os termos “daniel silveira agride” já irá trazer um pouco do perfil que tornou o parlamentar notório.

De quebrar homenagens feitas para uma vereadora democraticamente eleita assassinada por criminosos de uma milícia que vive no entorno do presidente da república até chuva de cuspe. Ridículo.

Sobre o tuíte do deputado, eu responderei de forma semelhante ao que respondi lá na rede social:

Vamos marcar sim um papo deputado, espero que não fique intimidado pois irei munido do livrinho que você insiste em rasgar quando diz que será o “cabo do Bolsonaro”:

Irei munido das palavras e páginas da Carta Magna, a Constituição Federal. Aquele que deveria ser o livro de maior apreço de por qualquer político ou pessoa que tente ser um.

Ao deputado e até mesmo ao presidente que ele defende de forma tão aguerrida, eu trago a lembrança do marechal Eurico Gaspar Dutra.

Sempre se colocava como um democrata e sempre que tinha que decidir algo importante Dutra perguntava: “o que diz o livrinho?”.

O “livrinho” seria a Constituição que ele deixava em sua cabeceira, coisa que muitos infelizmente não fazem.

* Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum